Ciência

Estudo aponta que cabecear a bola afeta a memória

As capacidades da memória podem ver-se reduzidas entre 41 e 67%, segundo o estudo, durante as 24 horas posteriores a cabecear a bola

Estudo: a investigação se baseou em uma série de 24 cabeceadas realizadas por 24 jogadores (Getty Images)

Estudo: a investigação se baseou em uma série de 24 cabeceadas realizadas por 24 jogadores (Getty Images)

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AFP

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 16h35.

Última atualização em 24 de outubro de 2016 às 16h40.

Cabecear a bola tem um impacto significativo nas funções cerebrais, concluiu um estudo científico liderado pela universidade escocesa de Stirling e publicado pela revista EBioMedicine.

As capacidades da memória podem ver-se reduzidas entre 41 e 67%, segundo o estudo, durante as 24 horas posteriores a cabecear a bola.

A investigação se baseou em uma série de 24 cabeceadas realizadas por 24 jogadores, com uma bola propulsada por uma máquina na velocidade de uma cobrança de escanteio de uma partida de futebol.

"Constatamos depois desta seção de cabeçadas uma diminuição das funções cerebrais e da capacidade de memória dos sujeitos", explicou a doutora Magdalena Ietswaart, especialista de neurociência da Universidade de Stilring, nesta segunda-feira à BBC.

"Apesar desta diminuição ser temporária, acreditamos que pode afetar o cérebro a longo prazo", completou.

Em maio, a federação inglesa de futebol anunciou que autorizou um estudo sobre os possíveis vínculos entre o jogo de cabeça e as lesões cerebrais.

A família de Jeff Astle, ex-atacante do West Bromwich, falecido em 2002 aos 59 anos, havia pedido uma investigação que concluiu que sua morte foi resultado de "um acidente de trabalho".

As bolas utilizadas na época em que Astle era profissional, contudo, eram muito mais pesadas que as de hoje, especialmente porque retinham mais água.

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