Poluição do ar: nível de partículas finas ultrapassa padrões de segurança globais (AFP Photo)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 11 de março de 2025 às 14h47.
Um novo estudo da IQAir revela que a maioria dos países enfrenta níveis alarmantes de poluição do ar, com apenas um pequeno grupo conseguindo cumprir as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório anual destaca a concentração da poluição em países asiáticos, as lacunas críticas no monitoramento global e os impactos devastadores na saúde.
Segundo o estudo, apenas 7 países têm níveis de poluição dentro do limite recomendado pela OMS de 5 µg/m³ de partículas PM2,5. São eles:
Posição | País | Região | Média de PM2,5 (µg/m³) |
---|---|---|---|
1 | Austrália | Oceania | Dentro do limite da OMS |
2 | Nova Zelândia | Oceania | Dentro do limite da OMS |
3 | Bahamas | Caribe | Dentro do limite da OMS |
4 | Barbados | Caribe | Dentro do limite da OMS |
5 | Granada | Caribe | Dentro do limite da OMS |
6 | Estônia | Europa | Dentro do limite da OMS |
7 | Islândia | Europa | Dentro do limite da OMS |
O destaque vai para países da Oceania e do Caribe, que apresentam baixas emissões industriais e um monitoramento mais eficaz da qualidade do ar.
O relatório aponta que Chade e Bangladesh lideram o ranking das nações mais poluídas do mundo, com níveis médios de poluição até 15 vezes superiores às diretrizes da OMS.
A Índia, por sua vez, abriga sete das cidades mais poluídas do planeta, com destaque para Byrnihat, que apresenta as piores condições do ar no mundo. Além disso, a capital Nova Délhi mantém-se como a cidade capital mais poluída pelo sexto ano consecutivo.
O Brasil ocupa a 73ª posição na classificação global. Entre as cidades monitoradas, São Paulo e Salvador ultrapassam os limites de poluição em até 5 vezes, enquanto Brasília registra níveis entre 1 e 2 vezes superiores ao recomendado.
Essa realidade preocupa especialistas, pois a exposição prolongada à poluição do ar está diretamente ligada a doenças respiratórias, Alzheimer, câncer e outras condições crônicas. Segundo a OMS, a poluição atmosférica causa aproximadamente 7 milhões de mortes por ano.
Apesar dos avanços na coleta de dados, o relatório da IQAir alerta que muitas regiões ainda carecem de um monitoramento eficiente da qualidade do ar, especialmente na África e na Ásia.
Outro ponto preocupante foi a decisão recente dos Estados Unidos de interromper a divulgação dos dados de poluição coletados por suas embaixadas, o que pode dificultar ainda mais a análise global da qualidade do ar.
Para conter a crise da poluição atmosférica, o estudo da IQAir recomenda que os governos priorizem medidas como:
Com apenas 17% das cidades monitoradas atendendo aos padrões da OMS, a luta contra a poluição do ar tornou-se um desafio essencial para a saúde pública e o meio ambiente. Sem ações coordenadas e investimentos estratégicos, o cenário global pode se agravar ainda mais nos próximos anos.