Ciência

Escarpas formadas por ação tectônica na Lua estão diminuindo, diz estudo

Pesquisa mostra que a Lua perdeu mais de 50 metros nos últimos 100 milhões de anos na medida em que seu interior esfria

28 sismos superficiais com magnitudes entre 2 e 5 na escala Richter foram registrados na Lua entre 1969 e 1977 (Jackal Pan/Getty Images)

28 sismos superficiais com magnitudes entre 2 e 5 na escala Richter foram registrados na Lua entre 1969 e 1977 (Jackal Pan/Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de maio de 2019 às 16h28.

Última atualização em 13 de maio de 2019 às 16h29.

Washington — A Lua possui escarpas e está diminuindo, afirmou nesta segunda-feira o cientista Thomas Watters, do Centro de Estudos da Terra e Planetas do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos.

De forma lenta, mas sem pausas, a Lua perdeu mais de 50 metros nos últimos 100 milhões de anos na medida em que seu interior esfria, explicou Watters segundo um comunicado da Nasa, a agência espacial americana.

Tal como uma uva "se enruga" na medida em que encolhe até ser tornar uma uva-passa, escarpas se formam na Lua conforme o satélite natural da Terra diminui, diz a nota.

Mas, ao contrário da casca da uva, que é flexível, a crosta da Lua é rígida e se quebra quando seu tamanho diminui, formando falhas onde um segmento é empurrado para cima de outro.

"Nossa análise proporciona as primeiras provas de que essas falhas permanecem ativas e provavelmente produzem abalos sísmicos ainda hoje, enquanto a Lua continua esfriando e diminuindo", afirmou o cientista.

As escarpas, similares às falhas geológicas provocadas pelos movimentos tectônicos na Terra, se apresentam como cordilheiras escalonadas de várias dezenas de metros de altura e se estendem por vários quilômetros.

De acordo com a Nasa, os astronautas Eugene Cernan e Harrison Smith tiveram que ziguezaguear com o seu veículo lunar para atravessar a falha Lee Lincoln durante a missão Apolo 17 em 1972.

Watters é o autor principal de um estudo que analisou os dados fornecidos por quatro sismógrafos colocados na Lua pelos astronautas durante as missões Apolo 11, 12, 14, 15 e 16, usando um algoritmo desenvolvido para identificar os lugares de tremores detectados por uma rede de sensores.

Entre 1969 e 1977, os sismógrafos registraram 28 sismos superficiais com magnitudes entre 2 e 5 na escala Richter.

A equipe determinou que oito dos 28 movimentos ocorreram dentro de aproximadamente 30 quilômetros de distância de falhas visíveis nas imagens lunares.

A Lua não é o único corpo no sistema solar que diminui com a idade. Segundo a Nasa, Mercúrio tem "enormes falhas" de até mil quilômetros de comprimento e 3 quilômetros de altura, "significativamente maiores, em relação ao tamanho do planeta, do que as da Lua".

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