(foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 1 de março de 2019 às 17h49.
Última atualização em 1 de março de 2019 às 18h41.
O subsolo de Marte esteve sulcado há cerca de 3,5 bilhões de anos por um sistema de lagos interligados, uma descoberta revelada na última quinta-feira (28) pela Agência Espacial Europeia (ESA) e que pode ajudar a identificar as zonas mais promissoras para detectar possíveis sinais de vida passada.
A sonda espacial Mars Express forneceu a primeira evidência geológica desse sistema de lagos, em cinco dos quais, segundo o comunicado, foram percebidos "sinais de minerais associados ao surgimento de vida na Terra: argilas, carbonetos e silicatos".
A agência considerou que isto reforça a ideia de que essas bacias marcianas teriam contado no passado com os ingredientes necessários para abrigar vida e contempla a possibilidade de que ainda restam evidências enterradas nos sedimentos.
Até agora, a escala e a importância da água subterrânea do planeta vermelho no passado só haviam sido previstas mediante modelos.
O autor principal do estudo, Francesco Salese, da Universidade holandesa de Utrecht, explorou com seus colaboradores 24 crateras profundas e fechadas no hemisfério norte de Marte, a cerca de 4 mil metros abaixo do nível do mar marciano.
Esse nível se define arbitrariamente a partir da elevação e da pressão atmosférica.
A ESA observou que na base dessas crateras encontraram formações que só poderiam ter se desenvolvido na presença de água, como canais esculpidos em suas paredes, vales formados pela erosão das águas subterrâneas ou depósitos de sedimentos associados ao fluxo de água.
O nível de água "coincide com um suposto oceano marciano que acredita-se que teria existido entre 3 bilhões e 4 bilhões de anos atrás", acrescentou a agência.
O coautor do estudo, Gian Gabriele Ori, apontou que acredita que esse oceano "poderia conectar com um sistema de lagos subterrâneos estendidos por todo o planeta".