Enxaguante bucal: produto pode resolver problema somente para quem trabalha com saliva (Thnakr Phu Chaya / EyeEm/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 21 de agosto de 2020 às 08h48.
Última atualização em 21 de agosto de 2020 às 13h08.
Um estudo publicado na revista científica Journal Of Infectious Diseases, da universidade britânica de Oxford, aponta que os enxaguantes bucais podem reduzir a carga viral do novo coronavírus na saliva dos infectados --- apesar disso, a eficácia dos antissépticos não foi confirmada e não se sabe exatamente se o uso deles é capaz de diminuir a transmissão da covid-19.
A teoria começou porque as vias orais podem espalhar as infecções pelo vírus. Quando uma pessoa fala, tosse ou espirra, ela expele gotículas de saliva no ar.
Se ela estiver infectada, é dessa forma que o vírus pode ser passado para outros indivíduos --- daí a importância de usar máscaras de proteção.
Embora o enxaguante bucal tenha, sim, capacidade de reduzir a carga viral neste local, ele ainda não resolve o problema das vias aéreas e não altera a carga viral no nariz, por exemplo.
O doutor em microbiologia e divulgador científico Atila Iamarino publicou em seu perfil no Twitter que "no melhor dos cenários, se isso se repete na boca, é boa notícia para dentistas ou quem lida com saliva". "Não muda o que sai pelo nariz", afirmou ele.
Transformaram o efeito de um teste em laboratório em células fora do corpo em uma extrapolação enorme. No melhor dos cenários, se isso se repete na boca, é boa notícia pra dentistas e quem lida com saliva. Não muda o que sai pelo nariz. Discuto isso hoje no @jornal_cultura
— Atila Iamarino (@oatila) August 20, 2020