ㅤ (Catherine Falls Commercial/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2021 às 20h10.
Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 20h23.
Um estudo citado pela EXAME em outubro de 2020 foi envolvido em uma polêmica nos últimos dias após uma live do presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira, 21.
Na live, Bolsonaro relaciona vacinação contra a covid-19 ao desenvolvimento da Aids de forma “mais rápida que o previsto”. Nos últimos dias, Bolsonaro e seus filhos afirmaram que leram a informação relacionando vacinas a HIV na Exame.
A reportagem da EXAME repercute um artigo publicado no renomado jornal científico The Lancet sobre a relação de um tipo específico de adenovírus e o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.
"Algumas vacinas que usam um adenovírus específico no combate ao vírus SARS-CoV-2 podem aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV, o vírus da Aids", diz o texto. "A pesquisa aponta que a infecção por HIV pode ser facilitada caso o paciente vacinado tenha recebido uma dose contendo o adenovírus de número 5 (Ad5)".
Os cientistas se baseavam não em vacinas contra a covid-19, que ainda estavam em desenvolvimento na época, mas em análises feitas em 2007 na busca por uma vacina contra o HIV que usavam o Ad5 em sua composição. O Ad5 foi utilizado em algumas vacinas específicas contra a covid-19, como a russa Sputnik V. É importante notar que nenhuma delas tem uso no Brasil.
De lá para cá
Apesar do alerta de cientistas no ano passado, nenhuma ligação entre as vacinas contra a covid-19 e aumento no contágio de Aids foi reportada pelos grupos que desenvolveram os imunizantes.
Em um comunicado, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) reforçou que as vacinas contra a covid-19 não carregam nenhum elemento do vírus da Aids e não causam supressão no sistema imunológico.
Como medida de precaução, porém, no início do mês, a África do Sul decidiu por não aprovar o uso da Sputnik V no país, citando um possível aumento de risco de infecção pelo HIV. No domingo, 24, a Namíbia seguiu a decisão da África do Sul e confirmou que deve suspender a Sputnik V em seu território. Os dois países sofrem com alta incidência de HIV.