Diamantes: muito poucas das gemas recém-descobertas devem chegar às joalherias (Luis Davilla/Getty Images)
AFP
Publicado em 18 de julho de 2018 às 16h48.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 18h58.
Há um enorme tesouro de brilhantes enterrado sob a Terra. Mais de um quatrilhão de toneladas de diamantes - mil vezes mais que um trilhão -, anunciaram pesquisadores americanos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) nesta semana.
Mas não espere uma corrida pelos diamantes. Estes minerais preciosos estão localizados muito mais profundamente do que qualquer expedição de perfuração já alcançou, a cerca de 145 a 240 quilômetros abaixo da superfície do planeta.
"Não podemos pegá-los, mas ainda há muito mais diamantes do que já imaginamos antes", disse Ulrich Faul, pesquisador do Departamento de Ciências Terrestres, Atmosféricas e Planetárias do MIT.
"Isso mostra que o diamante talvez não seja esse mineral exótico, mas, na escala das coisas, relativamente comum".
Usando a tecnologia sísmica para analisar como as ondas sonoras passam pela Terra, os cientistas detectaram o tesouro em rochas chamadas raízes cratônicas, que têm a forma de montanhas invertidas que se estendem da crosta terrestre até o manto.
Estas são "as partes mais antigas e imóveis das rochas, que ficam abaixo do centro da maioria das placas tectônicas continentais", explicou o MIT em um comunicado.
O projeto para descobrir os diamantes profundos da Terra começou porque os cientistas ficaram intrigados com as observações de que as ondas sonoras se aceleravam significativamente ao passar pelas raízes dos antigos crátons.
Então, eles montaram pedras virtuais, feitas a partir de várias combinações de minerais, para calcular o quão rapidamente as ondas sonoras viajariam através delas.
"O diamante é especial de muitas maneiras", disse Faul. "Uma de suas propriedades especiais é que a velocidade do som no diamante é duas vezes mais rápida que no mineral dominante nas rochas do manto superior, a olivina."
Eles descobriram que o único tipo de rocha que equivalia àvelocidade detectada no cráton continha 1% a 2% de diamante.
Os cientistas acreditam, agora, que as antigas rochas subterrâneas da Terra contêm pelo menos mil vezes mais diamantes do que o esperado anteriormente.
Ainda assim, muito poucas dessas gemas devem chegar às joalherias.