Especialista destaca cuidados fundamentais para evitar contaminação e promover a saúde durante a estação mais fria do ano (GettyImages/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 12 de junho de 2023 às 09h11.
Com o inverno se aproximando, manhãs frias, tardes amenas e secas e mudanças bruscas de temperatura, passam a fazer parte da rotina. Essas condições criam um ambiente favorável para a propagação de vírus e bactérias que causam doenças respiratórias, especialmente em crianças e adolescentes, pois as escolas também não estão livres desses episódios.
Por isso, algumas atitudes são necessárias dentro e fora do ambiente escolar para evitar a proliferação de doenças e amenizar a irritação provocada pelo tempo seco. Conforme explica a pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo, de Curitiba, Carolina Paschoal, a conscientização dos cuidados com crianças e adolescentes é uma tarefa conjunta.
“A escola, com toda sua socialização, está obviamente sujeita a essas ocorrências. Mas algumas atitudes podem evitar que os alunos sejam alvo dessas doenças. A escola, como local de aprendizagem, também é um ambiente para que se compreenda a importância da prevenção, mas isso deve acontecer também em casa”, explica.
A pedagoga aponta sete formas para diminuir os riscos de doenças em crianças e adolescentes. Confira:
Naqueles dias de neblina, chuva e geada é comum fecharmos as janelas de casa, do transporte público e mesmo das salas de aulas para que o calor não escape. Mas isso é um convite para a contaminação, seja das crianças ou dos adultos.
“Ninguém quer ficar exposto ao frio, mas não é bom deixar todo o ambiente fechado. Uma fresta na janela para a circulação de ar já ajuda. Na escola, por exemplo, janelas e portas precisam ficar ao menos entreabertas, o que já diminui os riscos de contaminação. Nesse sentido, para evitar o frio, coloque na bolsa do aluno um agasalho a mais”, diz.
Além de a contaminação acontecer pelo ar, também pode ocorrer pelo contato com as mãos e objetos. Por isso, é sempre bom lembrar que não se pode compartilhar garrafas d’água, talheres, escovas de dente e toalhas. E as mãos devem ser sempre limpas com água e sabão ou álcool em gel.
“Passamos recentemente por uma pandemia e o uso dessas atitudes não podem deixar a rotina de casa ou da escola. Uma dica é usar de forma lúdica o assunto. Por exemplo, mostrar em livros ou desenhos animados como os personagens agem nessas situações para dar o exemplo principalmente para as crianças. No caso dos adolescentes, conversas, lembretes frequentes dos pais e um bom conteúdo em sala de aula são boas saídas”, indica a pedagoga.
Durante a pandemia da COVID-19 ficou claro que os seres humanos também funcionam como vetores, ou seja, transmitem doenças para outras pessoas, seja pelo ar, pela saliva ou pelo contato. Por isso, se a criança ou adolescente está com alguma suspeita, ou sintoma fora do normal, é melhor se precaver.
“Trazer a criança com febre para a escola pode significar a proliferação de algum vírus ou bactéria. Nós da educação sempre indicamos aos pais ou responsáveis observarem bem os estudantes, perguntar se está tudo bem, se sentem algo de diferente. Na menor suspeita, melhor fazer repouso em casa ou procurar atendimento médico. A escola também deve fazer sua parte informando aos adultos quando identifica algum sintoma nos alunos”, explica Carolina.
Em caso de algum sintoma leve, como espirro, tosse ou nariz escorrendo, é recomendável usar máscara para frequentar a escola. O item, que também foi muito utilizado durante a pandemia, ainda é uma forma importante para diminuir contaminações.
“Assim como em outros países, em que o uso de máscaras se tornou um hábito (até mesmo antes da chegada da COVID-19), também podemos continuar por aqui com essa precaução para diminuir contágios. Nós, como educadores, também precisamos sempre incentivar essa atitude, para alunos e responsáveis”, diz a diretora.
A hidratação é fundamental em qualquer época do ano e deve ser mantida mesmo nas temperaturas mais baixas. Isso pode diminuir os efeitos da baixa umidade do ar no inverno, como boca e garganta secas, além de tosse e irritação. Segundo a pedagoga, para estimular as crianças a tomarem água com mais frequência, os pais, responsáveis e mesmo educadores também podem partir para o aprendizado.
“A exemplo do que falamos da higiene, podemos mostrar desenhos e livros para os pequenos e incentivar a hidratação. No caso dos responsáveis, comprar garrafas d’água com personagens que as crianças gostam de acompanhar, ou que tenham cores que elas mais gostam, por exemplo, são dicas válidas”, aconselha.
Comer bem significa ter o sistema imunológico forte contra as doenças. Isso vale para qualquer pessoa, mas é necessário reforçar a ideia para as crianças e adolescentes, sempre interessados em comer guloseimas e deixar alimentos saudáveis de lado.
“Se na escola devem ser utilizados alimentos selecionados, conforme orientações de especialistas, em casa não pode ser de outra forma. A rotina do estudante não pode ser tão diferente de um lugar para o outro, para que ele entenda que ingerir alimentos saudáveis faz parte da rotina”, diz Carolina.
A cada ano novas vacinas para doenças como gripe e COVID-19 chegam aos postos de saúde e clínicas para podermos nos fortalecer contra as enfermidades. E o calendário de vacinação das crianças e adolescentes precisa ser seguido à risca – seja para doenças respiratórias ou não. A pedagoga lembra que a saúde coletiva é responsabilidade de todos.
“No ambiente escolar, ensinamos o quanto é importante cuidarmos da nossa saúde para também cuidar de outras pessoas. Pais e responsáveis precisam lembrar que faz parte dessa atitude levar os filhos para vacinar”, recomenda.