DIU: veja tudo o que você precisa saber sobre o dispositivo (Divulgação/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 19 de julho de 2023 às 08h02.
O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método contraceptivo em forma de pequeno dispositivo altamente eficaz que é inserido no útero. Segundo estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, ele apresenta índice de 0,2% a 0,8% de chance de falha.
Além disso, pode ter uma duração de vários anos, dependendo do tipo escolhido. As pílulas anticoncepcionais, por sua vez, podem ter até 9% de chance de falha, uma vez que depende da usuária para ser ingerida por via oral.
“As pacientes têm procurado cada vez mais um método contraceptivo de longa duração, que traga segurança, conforto e um impacto hormonal menor. Por isso as mulheres têm escolhido o DIU. Independentemente do fato de ser o DIU de cobre ou o hormonal, esse é um dos métodos mais eficazes para evitar uma gravidez e apresenta diversos benefícios em relação às pílulas anticoncepcionais”, afirma o Dr. Vinicius Guadagnin, ginecologista, obstetra e sexólogo do Eco Medical Center.
O DIU de cobre é feito de plástico com um revestimento de cobre. Ele não contém hormônios e apresenta o formato de “T” ou “Y”. A sua função é causar uma reação inflamatória no tecido que reveste o útero, enquanto as alterações bioquímicas resultantes desse processo impedem a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides. Esse tipo de DIU pode durar até 10 anos.
O DIU de prata é semelhante ao DIU de cobre, mas possui uma camada de prata em seu revestimento. A combinação dos dois metais é responsável por reduzir a fragmentação do cobre no organismo feminino, reduzindo as reações adversas.
O DIU Mirena®, também chamado SIU (Sistema Intrauterino), é feito de plástico flexível e possui um reservatório que contém o hormônio levonorgestrel, liberado em doses baixas ao longo do tempo. Esse hormônio ajuda a inibir a ovulação, tornar o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides, além de afinar o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação do óvulo fertilizado. Os DIUs hormonais têm diferentes durações, variando de 3 a 5 anos, dependendo do tipo específico.
Assim como outros DIUs hormonais, o Kyleena® é feito de plástico flexível e contém um reservatório do levonorgestrel, em menor dosagem. Ele também libera continuamente doses baixas do hormônio ao longo do tempo. O levonorgestrel atua de várias maneiras para prevenir a gravidez, incluindo a inibição da ovulação, o espessamento do muco cervical e a redução da espessura do revestimento uterino. Pode ser usado por até cinco anos, dependendo das recomendações médicas.
É importante lembrar que a escolha do tipo de DIU deve ser feita em consulta com um médico, levando em consideração o histórico de saúde da paciente, suas necessidades e preferências. Cada tipo apresenta diferentes níveis de eficácia, efeitos colaterais potenciais e duração. Portanto, é essencial buscar aconselhamento adequado para escolher a melhor opção para você.
A colocação do DIU é realizada por um médico e, na maioria das vezes, é um processo rápido. A dor da aplicação pode variar em cada caso. O Dr. Vinicius Guadagnin explica que algumas mulheres mais resistentes à dor preferem o procedimento sem anestesia, mas normalmente é aplicada anestesia local.
“Algumas pacientes, inclusive, têm um limiar de dor mais baixo. Essas pacientes são elegíveis para que se realize a inserção do DIU em centro cirúrgico, com sedação. O mesmo é indicado para meninas e mulheres que ainda não tiveram a primeira relação sexual, mas desejam o colocar o DIU”, afirma o ginecologista, que ressalta que o DIU não tem restrição mínima ou máxima de idade.
A aplicação do DIU de cobre está disponível gratuitamente no Sistema único de Saúde (SUS). Essa iniciativa visa promover o planejamento familiar e oferecer opções contraceptivas de qualidade para as mulheres que desejam uma alternativa não hormonal.
É importante consultar uma unidade de saúde para obter informações específicas sobre locais e horários disponíveis para a aplicação do DIU, bem como para receber orientações sobre os procedimentos prévios e pós-aplicação.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde são obrigados a oferecer cobertura para o DIU como parte dos métodos contraceptivos. Os planos de saúde devem garantir a cobertura para o DIU de cobre ou hormonal, conforme a escolha da paciente, e o procedimento de inserção deve ser realizado por profissionais habilitados.
No entanto, é importante verificar as condições específicas do plano de saúde, como a necessidade de prévia autorização ou a cobertura em determinadas redes credenciadas. Por isso, é recomendado entrar em contato com a operadora ou consultar a ANS para obter informações atualizadas.