Ciência

Devemos todos usar máscaras? O debate da vez sobre a covid-19

Países como a República Tcheca obrigaram seu uso em espaços públicos, mas o problema pode ser a falta de produtos para profissionais de saúde

Máscaras na China: país é responsável por 90% do fornecimento global, segundo o Ministério da Saúde (Thomas Peter/Reuters)

Máscaras na China: país é responsável por 90% do fornecimento global, segundo o Ministério da Saúde (Thomas Peter/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2020 às 06h22.

Última atualização em 3 de abril de 2020 às 08h34.

Enquanto o número global de infectados pelo coronavírus passa de 1 milhão, governos mundo afora seguem ampliando paulatinamente as políticas de controle.

Nos Estados Unidos, novo epicentro da doença, é esperado para qualquer momento uma nova determinação do centro nacional de controle e prevenção de doenças para que os cidadão usem máscaras sempre que saírem de casa.

Deborah Birx, integrante da equipe de combate ao coronavírus no governo Donald Trump, disse à agência Reuters que a máscara não pode dar às pessoas uma falsa sensação de que estão totalmente protegidas contra a covid-19. Trump, por sua vez, se limitou a dizer ontem que “se as pessoas quiserem usar, que usem”.

O uso das máscaras é um dos temas mais debatidos entre especialistas em saúde pública. Países como a República Tcheca obrigaram seu uso em espaços públicos; na Áustria, elas são obrigadas em supermercados.

Paulo Chapchap, presidente do hospital paulistano Sírio Libanês, disse numa live da série Exame Talks que a máscara, em teoria, é recomendada por quem está com sintomas da doença, e é recomendada inclusive para gripes e resfriados comuns.

Disse, ainda, que a máscara pode também ampliar a proteção de todos, mas que o uso generalizado pode levar a um problema adicional: a falta do equipamento para profissionais de saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia.

Relatos de falta de equipamentos, especialmente da N95, de maior proteção para uso em hospitais, seguem crescendo. Segundo a GloboNews, o sindicatos dos médicos de São Paulo já recebeu 81 queixas de falta de equipamentos. O Brasil consome em média 15 milhões de máscaras N95 por mês, segundo a associação de fabricantes, para uso em hospitais mas também em uma série de outras indústrias.

Nos últimos dias o número de empresas habilitadas para a fabricação do equipamento passou de três para 27, mas faltam as ligações comerciais para que as máscaras cheguem a todos os hospitais.

O Ministério da Saúde fechou 12 contratos para compra de equipamentos de proteção individual. Esperam-se a chegada de 200 milhões de unidades para os próximos dias aos estados. Em São Paulo, detentos estão fabricando máscaras — a produção deve chegar a 4 milhões de unidades nas próximas semanas.

O principal fornecedor do mundo é a China, que produz 90% dos equipamentos, segundo informou ontem o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A corrida para aumentar a importação é global. Nos Estados Unidos, o avião do time de futebol americano New England Patriots foi usado para trazer 1,2 milhão de unidades da N95, nesta quinta-feira.

A página do ministério da Saúde tem dicas de fabricação de máscaras caseiras — a orientação principal é que tenha duas camadas de tecido e que cubra boca e nariz, e seja usada no máximo por duas horas.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEpidemiasExame HojeSaúde

Mais de Ciência

Qual a fase da Lua de hoje, 21 de abril de 2025?

Icônica praia turística do Rio de Janeiro pode ser engolida pelo mar até 2100, revela estudo

Crime que ameaça várias economias do mundo já era prática comum desde o Império Romano

Quando a chuva de meteoros poderá ser vista do Brasil? Veja data e como assistir ao fenômeno