Jennifer Doudna, uma das criadoras da técnica de edição genética CRISPR (Christopher Michel/MIT Technology Review/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 27 de abril de 2022 às 14h03.
Última atualização em 27 de abril de 2022 às 14h03.
Jennifer Doudna, uma das inventoras do CRISPR, método inovador de edição do código genético, acredita que as técnicas por trás de sua criação podem um dia ajudar na luta contra as mudanças climáticas e outros desafios da humanidade.
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Doudna recebeu o Prêmio Nobel ao lado da colega Emmanuelle Charpentier pela descoberta em 2020. A edição genética CRISPR (em português, sua sigla significa “Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçada”) funciona como uma espécie de tesoura, que consegue editar sequências do DNA.
A ferramenta procura, corta e separa a parte problemática do DNA, depois a substitui ou deixa os genes se regenerarem sozinhos. O CRISPR é revolucionário porque pode ajudar a impedir o desenvolvimento de doenças hereditárias, mas também causa preocupações em debates sobre ética e quais seriam os limites da edição com o avanço da tecnologia.
Em entrevista ao MIT Technology Review, Doudna disse que o CRISPR pode ser usado para “aumentar” a capacidade das comunidades microbianas no solo ou na água “para a captura de carbono”.
“Existe muito foco nos usos médicos clínicos do CRISPR”, disse. “No entanto, suspeito que na próxima década, quando pensarmos no impacto global e no impacto na vida cotidiana, é aí que os usos [do CRISPR] na agricultura e até mesmo para lidar com as mudanças climáticas terão um impacto muito mais amplo.”
A ideia tem potencial, mas também está “mais distante”, de acordo com Doudna. Ela também existe há algum tempo: melhorar geneticamente a capacidade das plantas de puxar dióxido de carbono, por exemplo, vem sendo estudado há alguns anos.
Além disso, o CRISPR poderia adaptar às plantas para sobreviver caso a temperatura global suba e seja necessário enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.
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