Regeneron: medicamento da empresa teve bons resultados em testes avançados (Mike Segar/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 14h46.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 15h47.
O coquetel de anticorpos da farmacêutica americana Regeneron se mostrou eficaz na prevenção de infecções causadas pelo novo coronavírus em testes clínicos avançados. Nesta terça-feira, 26, a companhia divulgou que o REGEN-COV conseguiu reduzir em 100% as infecções sintomáticas e diminuiu em até 50% as taxas totais de transmissão da doença. Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou 400 voluntários que viviam com pessoas infectadas pela covid-19.
A companhia afirmou que vai pedir uma expansão a autorização emergencial do uso do medicamento para os reguladores de saúde dos Estados Unidos e que dados completos dos testes devem ser divulgados no segundo trimestre deste ano. Por enquanto, o uso do coquetel é voltado somente para casos leves e moderados em adultos e crianças.
"Esses dados usando a REGEN-COV como uma vacina passiva sugerem que ele pode reduzir a transmissão do vírus, bem como diminuir o fardo viral naqueles que forem infectados", afirmou o presidente da companhia, George Yancopoulos, em um comunicado publicado no site oficial da empresa.
A medicação serve como "vacina passiva" por entregar os anticorpos já prontos ao organismo, enquanto as vacinas induzem uma resposta imune no organismo humano.
A Renegeron afirmou que uma morte e uma internação por conta do SARS-CoV-2 foram relatadas durante os testes. Ambas as pessoas faziam parte do grupo de placebo, ou seja, não receberam o coquetel de medicamentos e incidentes não aconteceram no grupo de tratamento.
Na semana passada, a também americana Eli Lilly afirmou que sua droga baseada em anticorpos, a bamlanivimab, cortou o risco de uma infecção por covid-19 em até 80% em residentes e funcionários de casas de repouso.
Assim como o bamlanivimab, o REGEN-COV é um anticorpo que visa neutralizar a proteína spike da covid-19 (ou espícula), responsável pela entrada do vírus na célula humana ao se acoplar no receptor da enzima conversora da angiotensina 2, ou ECA2.
A medicação pertence a uma categoria na medicina conhecida como anticorpos monoclonais, ou mAb, que são anticorpos criados em laboratório e imitam a função dos originais que o sistema imunológico das pessoas produzem para evitar outras doenças causadas por vírus.