Fome: os cientistas deram a um grupo de ratos 180 mililitros de álcool durante três dias, o que levou a um "significativo" aumento da ingestão de comida (davidchukalexey/Thinkstock)
EFE
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 16h49.
Madri - Um grupo de cientistas descobriu, em um estudo realizado com ratos, que o álcool ativa os mesmos neurônios que normalmente estimulam a fome.
A pesquisa, publicada nesta terça-feira pela "Nature Communications", pode ajudar a entender porque o consumo de álcool abre o nosso apetite.
A bebida alcoólica está associada ao consumo excessivo de comida, mas as causas subjacentes ainda não são claras, já que o álcool é uma substância muito calórica, e a ingestão de calorias normalmente suprime os sinais de fome do cérebro, segundo um estudo do Instituto Francis Crick, da University College e do King's College, todos eles de Londres.
O grupo de especialistas, dirigido por Denis Burdakov, identificou os mecanismos neuronais que geram este comportamento em ratos e demonstrou que os componentes fundamentais dos circuitos da alimentação no cérebro, localizados no hipotálamo, também são ativados pelo álcool.
Além disso, descobriu-se que a atividade dos neurônios AGRP do hipotálamo é essencial na ingestão de alimentos induzida pelo etanol, um dos componentes do álcool, na ausência de fatores sociais que possam induzir a comer demais.
Para o estudo, os cientistas deram a um grupo de ratos 180 mililitros de álcool durante três dias, o que levou a um "significativo" aumento da ingestão de comida em comparação com os roedores que não consumiram a substância.
Os pesquisadores descobriram que os neurônios AGRP, que estimulam a fome e formam parte do circuito de alimentação no cérebro dos ratos, também eram ativados pelo álcool e que, sem a atividade desses neurônios, a ingestão em excesso de alimentos era eliminada.