Alyssa Carson em evento na capital paulista (Marcos Mesquita/Experience Club/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 28 de setembro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 28 de setembro de 2019 às 07h00.
Parece pouco provável que uma jovem nascida em 2001 já esteja dentro de um programa de treinamento para participar de uma missão em Marte no ano de 2033. Mas essa é a realidade da americana Alyssa Carson, escolhida entre mais de 18 mil candidatos para se tornar uma astronauta trainee.
Natural de Luisiana, ela começou a se interessar pelo “planeta vermelho” quando tinha três anos de idade. O que era apenas um sonho de criança acabou se tornando realidade. Desde 2008, Alyssa participa do Space Camp, que oferece programas voltados à área espacial. Aos 16 anos, se tornou a pessoa mais jovem a ser aceita na Advanced Space Academy.
Após passar em inúmeros testes da Nasa, ela recebeu certificação em astronáutica aplicada e agora pode oficialmente fazer um voo de pesquisa ao espaço.
“O grande desafio é incentivar crianças a perseguir seus sonhos, seja em uma carreira no espaço ou como cientista mesmo. Quanto mais cientistas tivermos, mais teremos astronautas indo até Marte”, afirmou Alyssa em entrevista a EXAME, durante evento promovido pelo Experience Club, plataforma de networking para empresas.
Segundo ela, hoje há uma enorme indústria relacionada ao espaço. “Estamos falando de muitas empresas de tecnologia, engenharia, eletrônicos, propulsão. O simples fato de estudarmos como chegar a Marte já cria centenas de milhares de empregos na Terra.”
Alyssa explica que o seu trabalho em Marte, como astrobióloga, será a busca por água e coleta de amostras de solo e rochas para posterior pesquisa na Terra. A expectativa é começar a mandar pessoas para o planeta vermelho em 15 anos. “Com a tecnologia atual, levaria pelo menos seis meses para chegarmos lá.”
Ela destaca que, hoje, a indústria privada possibilita muito mais oportunidades de viagens ao espaço, o que antes ficava restrito aos orçamentos de governos dos EUA e Rússia, por exemplo. “Poderemos um dia passar férias na Lua ou em Marte. Se você não trabalhar por lá, poderá passear”, sugere.
O sol vai continuar queimando até “sumir” em cerca de 7,5 bilhões de anos e, nesse processo, a Terra será “engolida”. Neste sentido, Marte deverá ser o primeiro lugar do sistema solar para se viver fora do planeta azul.
“Hoje, Marte tem uma atmosfera muito diferente da nossa. Mas poderíamos mudar isso em uns 300 anos”, afirma Alyssa. Parece muito? “Quantos anos a Terra levou para chegar ao seu estado atual?”, indaga.
Para a jovem astronauta, a viagem ao planeta vermelho é o primeiro passo para o ser humano morar fora da Terra ou mesmo circular em outros lugares. “Marte não vai nos salvar, mas tenho certeza que vamos aprender muito com a experiência por lá.”