AstraZeneca: laboratórios da farmacêutica em 3 países trabalham com inovação na saúde (Paul Thomas/Bloomberg)
Victor Caputo
Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 05h55.
São Paulo – “Pense na saúde digital, contadores de passos e outras informações do tipo que você pode obter pelo smartphone”, me convida a voz ao telefone. “Isso muda a forma como pensamos e lidamos com problemas de saúde. No longo prazo, serão mudanças mais drásticas. Será a tecnologia dentro da sua casa, e não aquela em hospitais, que mudará a forma como lidamos com saúde.”
Frank Pok é chefe de tecnologia no conglomerado farmacêutico AstraZeneca. Para Pok, aos impactos da tecnologia no cuidado da saúde está só começando.
Dados obtidos graças a sensores, smartphones e outros produtos podem ser uma fonte poderosa na mão de cientistas. “Dentro da medicina de precisão, se gerarmos mais dados, estaremos mais próximos de realizar a prevenção de forma mais certeira”, diz.
O acesso a uma grande quantidade de dados, diz Pok, pode trazer avanços em pesquisas importantes. Os mais otimistas podem vislumbrar esses dados auxiliando na busca por melhores ou novos métodos de tratamento para doenças como câncer ou Aids.
“Muitas vezes, sequer temos dados suficientes para chegar a uma descoberta. A digitalização vai nos preparar para novos tratamentos, terapias e mesmo para prevenção—principalmente caso eu entregue para o meu médico meus dados”. Explica Pok.
Parte desse trabalho de inovação feito pela AstraZeneca está em três laboratórios espalhados pelo mundo, os Technology Incubation Labs. Eles ficam em São Francisco (EUA), Cambridge (Inglaterra) e Shanghai, na China.
Pok vê uma relação de simbiose no trato entre a AstraZeneca e startups. Ele ressalta a capacidade de inovação e agilidade em eventuais mudanças de pesquisa e desenvolvimento. “Mas essas empresas levariam anos para obter aprovação da FDA (Food and Drug Administration)”, diz Pok.