Existem quatro etapas que compõem os rituais referente ao Luto (Andrew Bret Wallis/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de junho de 2023 às 10h46.
O luto é um processo doloroso e complexo que ocorre quando uma pessoa enfrenta a perda de alguém ou algo significativo em sua vida. Pode ser a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento, a perda de um emprego ou qualquer outra forma de separação que cause um profundo sentimento de vazio e tristeza. O luto envolve uma série de emoções, como tristeza, raiva, negação, culpa e até mesmo alívio.
Superar o luto é um processo individual e único para cada pessoa. Não há um caminho predefinido ou prazo definido para a superação. É importante permitir-se vivenciar e expressar todas as emoções associadas ao luto, seja através do choro, da escrita, da conversa com amigos ou de terapia. É fundamental também buscar apoio e compreensão de pessoas próximas, participar de grupos de apoio ou procurar a orientação de um profissional de saúde mental.
Existem quatro etapas que compõem os rituais referente ao Luto. Com elas, conseguimos traduzir a habilidade externa que as pessoas em processo de luto usam para lidar com o mundo e suas dores.
Precisamos de um espaço contido para processar nossa perda, caso contrário, acabamos em uma montanha-russa sem barras de proteção que nos segurem durante a viagem. A maior parte das pessoas ficam por conta própria na hora de lidar com o luto. Mas, na verdade, elas precisam da orientação solidária de alguém mais sábio.
Essa pessoa irá ajudá-las a definir o que funciona para elas como um lugar seguro enquanto lidam com o caos criado pela perda. Por esse motivo, é importante que um lugar seguro seja criado de forma conjunta pelo facilitador e o cliente para que o processo de luto seja bem-sucedido.
Para estar aberto ao ritual, você precisa aceitar o caos. O caos é dizer sim ao luto. Quando dizemos não, raramente sentimos que o espaço contido é seguro.
Simbolicamente, esta etapa refere-se à desconstrução do antigo “eu” que existia antes da perda. Isso inclui desconstruir os antigos desejos… E construir com o cliente um modo de lidar com a morte do seu antigo “eu”. A desconstrução que acontece durante o processo de luto é o desmantelamento do antigo “eu” e dos antigos desejos.
Essa é uma das etapas mais demoradas, visto que, entre a desconstrução e reconstrução, é necessário reintegrar alguns aspectos importantes como:
Lembre-se de que os rituais ajudam você a processar o luto de um modo seguro e por um determinado período. O processo de luto, se for prosseguir, requer habilidades e recursos que nos permitem tolerar a ambiguidade que não só é persistente em tantas áreas da nossa vida, mas também no que quer que seja, e que talvez nunca saibamos.
Viver o luto é fundamental, pois quando o reprimimos, pode se tornar algo patológico. Ou seja, em vez de sofrermos por um período de um ano, podemos enfrentar a angústia por muito mais tempo, desenvolvendo sentimentos profundos de tristeza e até mesmo depressão. Quando a sintomatologia do luto passa a interferir na qualidade de vida e saúde mental, compreende-se que se trata de um luto complicado e deve ser tratado.
“O luto não é a roupa, é tristeza, é a falta da pessoa, de sentir a presença em cada coisa que vai fazer, é algo que vem de dentro, é a saudade”. (ERICKSON, 1998).
Busque ajuda caso perceba que seu sofrimento está muito intenso, se prolongando ou mesmo impedindo que consiga manter suas atividades, causando muito impacto na sua vida e em suas relações. Outro sinal de que é preciso buscar suporte emocional pode surgir quando as pessoas à sua volta sinalizam que estão preocupadas com sua saúde mental.
Esses sinais podem significar que as perdas vivenciadas neste período estejam lhe sobrecarregando e, neste caso, pode ser necessário o auxílio de um profissional qualificado para não haver agravamento das dificuldades.
Ressignifique o momento da perda com a hipnoterapia. Este processo visa ajudar o paciente a buscar dentro de si uma maneira de transformar os sentimentos de dor em boas lembranças, por meio de diferentes técnicas que podem ser usadas para o paciente se reconectar com a sua energia vital.
Na hipnoterapia do luto, o compartilhamento dessa dor pode ajudar o paciente a reaprender a viver em uma nova realidade e lidar com os próprios sentimentos, onde uma pessoa importante já não está mais presente fisicamente. O suporte profissional deve contribuir para que uma memória dolorosa não seja tão incapacitante. Não carregue um fardo como esse sem auxílio.
É claro que seria mais fácil apagar as memórias de momentos que gostaríamos de não ter vivido, mas você não precisa voltar ao passado para ressignificá-lo. Apesar do tema ser a morte, todas as conversas e técnicas utilizadas nas terapias acabam girando em torno da vida.
Fala-se sobre como as pessoas desejam viver mais plenamente, como podem compartilhar seus desejos, medos e escolhas com as pessoas que amam. E tem uma questão que sempre sugiro a partir dessa conversa, que é procurar essas pessoas e falar aquilo que pensou em dizer se só tinha uma hora de vida. “Muitas vezes a gente pensa que é muito cedo até que é muito tarde”.
Para concluir, a vida precisa continuar, a aceitação da perda conduz o sujeito a reformular o pensamento de seguir em frente, estabelecendo um conceito pessoal de que a dor é o combustível para que se possa aprender a lidar com o sofrimento.