Centro Biomédico do Instituto Butantan, onde será produzida a Coronavac: o governo federal comprou as 46 milhões de doses da Coronavac para aplicação em todo o Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 12h52.
Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 13h13.
A CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, segue um padrão diferente das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca e foi criada com base no próprio vírus inativado, estratégia mais comum para imunizantes.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Butantan, ela é 50,38% eficaz – estando quase 0,4 pontos percentuais acima dos 50% de eficácia pedidos para a aprovação de uma vacina no mundo todo. A informação foi dada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Para desevolver a vacina, os cientistas criaram uma cultura do coronavírus em laboratório, deixando-o inativado para a aplicação em pacientes – isso significa que, apesar da presença do vírus na vacina e de sua multiplicação antes da inativação, ele não é capaz de infectar um indivíduo e causar os sintomas graves da covid-19.
Outro tipo de vacina produzida em tempos de SARS-CoV-2 é a novidade do RNA mensageiro, ou mRNA, como é o caso dos imunizantes da Pfizer e da Moderna.
Nesse caso, o vírus não é utilizado na hora da fabricação, que utiliza uma tecnologia sintética para induzir a criação de anticorpos no corpo humano. Dados sobre a vacina da Moderna apontaram que ela é 94,5% eficaz contra a covid-19, a da Pfizer, 95%.
Existe ainda mais uma forma de fabricar imunizantes que tem sido utilizada nessa pandemia. A farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a universidade britânica de Oxford, fez sua vacina com base no adenovírus de um chimpanzé, assim como a russa Sputnik V, do Instituto Gamaleya. Nessas vacinas, o adenovírus (grupo de vírus que causam doenças respiratórias) é unido ao material genético das proteínas da espícula do coronavírus (que são usadas pelo vírus para infectar as células humanas).
Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.
A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 3 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.