DNA: a recomendação dos cientistas ainda deve receber o aval do organismo britânico responsável pelas questões bioéticas (Svilen Milev/SXC)
AFP
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 14h03.
Um comitê de especialistas britânicos aprovou nesta quarta-feira a concepção de bebês a partir do DNA de três progenitores para evitar a transmissão de doenças graves, um controverso passo no terreno médico no qual o Reino Unido pretende ser pioneiro.
A recomendação dos cientistas ainda deve receber o aval do organismo britânico responsável pelas questões bioéticas, o Human Fertilisation and Embryology Authority (HFEA), do qual se prevê uma resposta positiva em 15 de dezembro.
A técnica experimental que combina o DNA de duas mulheres e de um homem para evitar a transmissão de doenças hereditárias por parte de mãe pode ser usada pela primeira vez em março ou abril do ano que vem.
Os deputados britânicos aprovaram o procedimento em fevereiro de 2015, convertendo o Reino Unido no primeiro país do mundo a autorizá-lo por lei.
Em seu quarto e último relatório, o comitê independente de especialistas britânicos recomendou uma "adoção prudente" desta técnica, que continua gerando intensos debates.
Seus defensores consideram que esta permitirá o nascimento de bebês com melhores condições de saúde, enquanto seus críticos afirmam que o processo vai longe demais em matéria de modificação genética e abre a caixa de Pandora da seleção de bebês.
"Nossa recomendação de fazer uma abordagem prudente constitui um equilíbrio justo entre a esperança que este novo tratamento oferece (...) e a necessidade de garantir que o tratamento seja seguro e eficaz", afirmou o presidente do comitê, o doutor Andrew Greenfield.