Fábricas de cigarros eletrônicos afirmam que são uma alternativa mais segura do que os produtos tradicionais de tabaco (grinvalds/Thinkstock)
AFP
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 09h56.
Fumar cigarro eletrônico pode aumentar o risco de vários tipos de câncer e doenças cardíacas, segundo os resultados preliminares de um estudo efetuado em ratos e células humanas.
Este trabalho, que sugere que o vapor da nicotina pode ser mais nocivo do que se pensava, foi elaborado por investigadores da faculdade de medicina da universidade de Nova York e publicado na segunda-feira nos anais da Academia americana de ciência(PNAS).
Os roedores foram expostos durante doze semanas ao vapor de nicotina equivalente em dose e duração a dez anos para os humanos.
Ao fim do experimento, os cientistas constataram danos no DNA das células de pulmões, bexiga e coração desses animais, assim como uma redução do nível de proteínas de reparação das células nesses órgãos, diferentemente de outros ratos que respiraram ar filtrado durante o mesmo período.
Efeitos adversos similares se observaram em células humanas de pulmão e de bexiga expostas em laboratório à nicotina e a um derivado cancerígeno desta substância (nitrosamina). Estas células aumentaram significativamente as taxas de mutação tumorais.
"Embora os cigarros eletrônicos contenham menos substâncias cancerígenas que os cigarros convencionais, o vapor poderia representar um risco maior para contrair um câncer pulmonar ou de bexiga e também desenvolver doenças cardíacas", dizem os investigadores do estudo dirigido por Moon-Shong Tan, professor de medicina ambiental e patologias da universidade de Nova York.
As fábricas de cigarros eletrônicos afirmam que são uma alternativa mais segura do que os produtos tradicionais de tabaco.