Ciência

Cientistas trabalham em injeção anticoncepcional para homens

Método contraceptivo está sendo desenvolvido na Índia e apresentou eficácia de 97,3% nos testes realizados

Injeção: polímeros aplicados próximo aos testículos bloqueiam o caminho dos espermatozoides (Photo/Getty Images)

Injeção: polímeros aplicados próximo aos testículos bloqueiam o caminho dos espermatozoides (Photo/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 15h09.

Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 15h11.

São Paulo – Uma injeção próxima aos testículos poderá se tornar o primeiro contraceptivo masculino injetável do mundo. Desenvolvido na Índia, o método anticoncepcional está em fase final de testes.

A espera se dá por conta de uma aprovação do Controlador Geral de Remédios Indianos, órgão que funciona como uma espécie de Anvisa no país. A previsão é de que o veredito sobre a aprovação ou rejeição do contraceptivo ocorra em até sete meses. Ainda não há previsão de quando o medicamento chegaria ao mercado.

Em estudos desde 1984, o método tem mostrado ser eficiente nos testes. Em avaliações com 303 voluntários, a taxa de eficácia de prevenção de gravidez foi de 97,3%. Para efeito de comparação, a camisinha – que também protege contra a transmissão de doenças sexuais – tem taxa de eficácia de 98%.

De acordo com o site Hindustan Times, o procedimento é simples e não registrou efeitos colaterais. A injeção aplicada leva material sintético para bloquear com um polímero o ducto deferente, canal em que os espermatozoides viajam até a ejaculação do esperma masculino.

Após a injeção, os efeitos para inibir a viagem dos espermatozoides duram por até 13 anos. O processo, porém, pode ser revertido quando o paciente desejar a partir do uso de medicações que anulem o efeito da injeção.

Criar um contraceptivo masculino é um desejo antigo de pesquisadores científicos e também da indústria farmacêutica. Nos Estados Unidos, testes com pílulas anticoncepcionais masculinas foram interrompidos por conta de efeitos colaterais como mudanças de humor, problemas dermatológicos entre outros – quase todos semelhantes aos apresentados por mulheres.

Mesmo assim, os testes continuam. Na Universidade de Washington, por exemplo, uma pilula está sendo criada para impedir a produção dos espermatozoides. Testes em humanos já foram realizados e tiveram resultados positivos. A previsão, contudo, é que o medicamento só chegue ao mercado daqui dez anos.

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