Dinossauros: extinção em massa por conta de asteroide é teoria mais aprovada por cientistas (Australian Age of Dinosaurs Museum of Natural History/Divulgação)
Laura Pancini
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 12h47.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, descobriram a prova definitiva do que extinguiu os dinossauros em uma poeira de asteroide, encontrada dentro de uma cratera.
A equipe se baseia na teoria de que um asteroide que se chocou contra a Terra há 66 milhões de anos foi o motivo da extinção em massa dos dinossauros. Esta é a tese mais aprovada pela comunidade científica desde 1980, quando cientistas encontraram poeira de asteroide na camada geológica que marca a extinção dos animais.
Já na década de 1990, o local do impacto foi encontrado. A cratera Chicxulub, de 200 quilômetros de largura, estava sob o Golfo do México e tem a mesma idade da camada geológica encontrada em 1980, o que fortaleceu ainda mais a teoria.
O novo estudo dos norte-americanos reforça ainda mais as duas descobertas do século passado. Os pesquisadores encontraram poeira de asteroide com uma impressão digital química dentro da cratera, que é correspondente ao exato local geológico e marca o momento da extinção. A poeira é tudo o que resta do asteroide que provocou a extinção de 75% da vida na Terra.
A poeira conta com o elemento químico irídio, raro na crosta da Terra mas extremamente comum em alguns tipos de asteroides. A camada encontrada na cratera que contém o elemento também foi confirmada como vinda do mesmo período de extinção.
"O círculo está finalmente completo", disse Steven Goderis, que liderou o estudo. A camada de sedimentos encontrada na cratera é tão espessa que os cientistas foram capazes de datar a poeira com precisão. Os pesquisadores estimam que a poeira levantada pelo impacto circulou na atmosfera por algumas décadas — o que o coautor do estudo, Sean Gulick, ressalta que ajuda a cronometrar o tempo de extinção.
"Estamos agora no nível de coincidência que geologicamente não acontece sem causa", afirma Gulick. "Exclui todas as dúvidas de que a anomalia do irídio [na camada geológica] não está relacionada com a cratera Chicxulub."
Os pesquisadores ainda combinaram os resultados de quatro laboratórios independentes para ter certeza da descoberta. Agora, eles planejam voltar para a cratera neste verão e tentar recuperar mais material de asteroide.