Consumo recreativo de maconha é legalizado no Canadá (Carlos Osorio/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 12h39.
Última atualização em 26 de dezembro de 2018 às 15h01.
São Paulo – Uma nova pesquisa feita na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, indica que um dos ingredientes ativos da maconha, o THC, pode iniciar mudanças estruturais no DNA do esperma.
Os testes foram feitos tanto com ratos quanto com 24 homens para analisar os efeitos do THC. A descoberta foi de que o ingrediente pode afetar duas vias celulares importantes e causar metilação no DNA. Isso pode causar alterações na atividade do segmento de DNA, ainda que não afete a sequência em si.
Ainda não se sabe se os efeitos da maconha podem ser transmitidos de pai para filho ou se eles são reversíveis. Em todo caso, os pesquisadores sugerem cautela no uso da substância por homens que desejam ser pais. A recomendação é parar de usar a droga por seis meses antes de tentar ter um filho.
"O que descobrimos é que os efeitos do uso de cannabis pelos machos e sua saúde reprodutiva não são completamente nulos, pois há algo sobre o uso de cannabis que afeta o perfil genético dos espermatozóides", afirmou o professor Scott Kollins, em um comunicado.
Kollins alerta a comunidade científica sobre o fato de que jovens têm idade legal para comprar maconha. Proibida no Brasil, ela pode ser vendida legalmente em diversos países, seja para uso medicinal ou recreativo.
Ainda necessários mais estudos para que os cientistas compreendam melhor o efeito da maconha no esperma humano.