Ciência

Cientistas detectam a maior colisão de buracos negros já observada

Novo buraco negro é 80 vezes maior que o sol, informaram nesta terça-feira fontes acadêmicas

Fusão foi detectada no dia 29 de julho de 2017, a mais de 9 bilhões de anos-luz e resultou no maior buraco negro conhecido (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)

Fusão foi detectada no dia 29 de julho de 2017, a mais de 9 bilhões de anos-luz e resultou no maior buraco negro conhecido (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)

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EFE

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 09h31.

Sydney - Um equipe de cientistas detectou as ondas gravitacionais que resultaram da maior colisão de buracos negros já observados e que formou um novo buraco negro 80 vezes maior que o sol, informaram nesta terça-feira fontes acadêmicas.

Esta e outras três fusões de buracos negros foram detectadas por uma equipe internacional envolvendo o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO, sigla em inglês) dos Estados Unidos e a Universidade Nacional da Austrália (ANU, sigla em inglês).

A fusão do sistema binário de buracos negros foi detectada no dia 29 de julho de 2017, a mais de 9 bilhões de anos-luz e resultou no maior buraco negro conhecido, informou a universidade australiana em um comunicado.

"Este evento também teve os buracos negros girando na mais alta velocidade em todas as fusões observadas. É também de longe a fusão mais distante que já foi observada", disse Susan Scott, física da ANU.

As outras três colisões foram detectadas entre os dias 9 e 27 de agosto de 2017, a uma distância entre 3 bilhões e 6 bilhões de anos-luz de distância, e os buracos negros resultantes foram 56 a 66 vezes o tamanho do sol.

"Estes eram quatro sistemas binários diferentes de buracos negros que se comprimiam e irradiavam fortes ondas gravitacionais para o espaço", explicou Susan.

A especialista ressaltou que a observação destes choques ajudará a entender melhor quantos sistemas binários de buracos negros existem no universo, assim como o alcance de suas massas e a velocidade com a qual giram durante a fusão.

Os pesquisadores detectaram as colisões após analisar novamente os dados de ondas gravitacionais obtidos pelo LIGO.

As ondas gravitacionais, cuja existência foram previstas por Albert Einstein há um século, são vibrações do espaço-tempo que produzem alguns dos fatos mais violentos do Universo - como explosões de estrelas -, que geram enormes quantidades de energia.

Nos últimos três anos a equipe internacional detectou ondas gravitacionais de dez fusões de buracos negros e uma colisão de uma estrela de nêutrons, as mais densas do universo, com um diâmetro de cerca de 20 quilômetros.

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