Ciência

Cientistas descobrem técnica para ajudar pessoas a apagar memórias ruins

Pesquisa avaliou uma técnica que, durante o sono, reativa memórias positivas para reduzir o impacto de lembranças negativas

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 14h00.

Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 14h43.

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Pesquisadores da Universidade de Hong Kong desenvolveram uma técnica inovadora para apagar memórias negativas, utilizando a reativação de lembranças positivas durante o sono.

O método foi testado em um pequeno estudo, cujos resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O estudo baseia-se no conceito de que, durante o sono, as memórias são naturalmente reativadas. Contudo, esse processo pode ser direcionado por meio de uma técnica chamada Reativação da Memória Direcionada (TMR, em inglês). Essa abordagem associa memórias a estímulos sensoriais, como sons ou odores, que são reapresentados durante o sono para estimular o cérebro a acessar aquelas recordações específicas.

Os cientistas de Hong Kong exploraram essa técnica para tentar diminuir o impacto de memórias negativas. No experimento, 37 voluntários com cerca de 20 anos foram expostos a 48 imagens positivas e 48 negativas. Inicialmente, as imagens negativas foram apresentadas e vinculadas a palavras escolhidas aleatoriamente, sendo seguidas por uma noite de sono para consolidar essas memórias.

No dia seguinte, as imagens positivas foram introduzidas, e metade das palavras previamente associadas às memórias negativas foi reutilizada. A ideia era criar uma conexão entre as mesmas palavras e tanto memórias negativas quanto positivas.

Durante a segunda noite de sono, as palavras gravadas foram reproduzidas na fase de movimento não rápido dos olhos (NREM), reconhecida como essencial para o armazenamento de memórias. Os cientistas notaram um aumento na atividade da banda teta do cérebro, relacionada ao processamento de memórias emocionais, em resposta às gravações.

Questionários aplicados após o experimento revelaram que os participantes tinham mais dificuldade em se lembrar das memórias negativas que haviam sido "mescladas" às positivas. Além disso, ao ouvir as palavras associadas às duas memórias, os participantes tendiam a evocar as lembranças positivas, que se sobrepunham às negativas.

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