Ciência

Cientistas descobrem como mosquitos detectam suor humano

Descobertas podem mostrar caminho para uma nova geração de aderentes que atraíam as espécies adultas para armadilhas para controlar a população de insetos

Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika vírus (Luis Robayo/AFP)

Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika vírus (Luis Robayo/AFP)

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AFP

Publicado em 1 de abril de 2019 às 11h56.

Cientistas sabiam há décadas que os mosquitos são atraídos pelo ácido láctico contido no suor humano, mas antes da genética avançada, o mecanismo preciso para fazer isso continuava a ser um mistério.

Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (FIU) descobriu o receptor olfativo que permite a esses insetos portadores de doenças se sintonizarem ao odor de humanos e inclusive como apagá-lo.

O grupo publicou seu trabalho sobre os mosquitos Aedes aegypti - conhecidos por transmitir doenças letais, como Zika, dengue e febre amarela - na última quinta-feira (28) na Current Biology.

Liderada pelo biólogo da FIU Matthew DeGennaro, a equipe identificou o receptor culpado, chamado Ionotropic Receptor 8a, ou apenas IR8a, através de um processo de eliminação que começou em dezembro de 2013, quando o cientista conseguiu criar o primeiro mosquito mutante do mundo, removendo um gene para investigar de que forma sua ausência afetava o inseto.

Encarregado de pesquisar o IR8a, Joshua Raji, aluno doutorando da DeGennaro, começou com um experimento de exposição usando seu próprio braço, e notou que os mosquitos mutantes estavam significativamente menos atraídos por ele que os não mutantes.

Os resultados foram confirmados através de testes em 14 pessoas adicionais. "Busca-se um receptor do ácido láctico desde a década de 1960", disse DeGennaro à AFP.

As descobertas podem oferecer um caminho para uma nova geração de aderentes que atraíam as espécies adultas para armadilhas para controlar a população, bem como criar repelentes avançados que tornem as pessoas "invisíveis" aos mosquitos - mas isso ainda deve demorar. "Levará anos, mas definitivamente estamos um passo mais perto", disse DeGennaro.

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