Novo método: o teste analisa a aglutinação de glóbulos vermelhos no sangue para detectar a presença de anticorpos criados em resposta à infecção por coronavírus (Departamento de Engenharia Química da Universidade Monash/Reuters)
Carolina Ingizza
Publicado em 18 de julho de 2020 às 12h48.
Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, criaram um teste de sangue que pode determinar a infecção por coronavírus em cerca de 20 minutos. O novo método consegue identificar se a pessoa está infectada no momento ou se já teve covid-19 no passado.
A pesquisa foi conduzida pelo BioPRIA e pelo Departamento de Engenharia Química da Universidade Monash, incluindo pesquisadores do Centro de Excelência ARC em Ciência Convergente BioNano e Tecnologia (CBNS). Há dois brasileiros entre os pesquisadores, Rodrigo Curvello e Diana Alves, estudantes de doutorado na instituição.
Com 25 microlitros plasma de sangue, o teste analisa a aglutinação de glóbulos vermelhos para detectar a presença de anticorpos criados em resposta à infecção por coronavírus. Os pesquisadores foram capazes de recuperar leituras positivas ou negativas em cerca de 20 minutos.
Enquanto os testes atuais de PCR identificam pessoas que atualmente estão com covid-19, o modelo de aglutinação poderia determinar se alguém foi infectado recentemente depois que se curou e também poderia ser usado para encontrar anticorpos gerados em resposta à vacinação.
Os pesquisadores acreditam que a descoberta permite a testagem de até 200 amostras de sangue por hora. Em alguns hospitais com máquinas de diagnóstico de alta qualidade, cerca de 700 amostras de sangue podem ser testadas a cada hora.
“Essa abordagem simples, rápida e facilmente escalável tem aplicação imediata nos testes sorológicos para SARS-CoV-2 e é uma plataforma útil para o desenvolvimento de ensaios além da pandemia de covid-19. Somos gratos aos nossos alunos de doutorado por dar vida a isso”, disse o professor Banaszak Holl, chefe de engenharia química na Universidade Monash.
A pesquisa foi publicada na revista ACS Sensors na última sexta-feira, 17. Os cientistas registraram a patente e agora buscam apoio comercial e do governo para aumentar a produção.