Mesentério: a estrutura já foi definida como órgão pelo livro Gray's Anatomy (J Calvin Coffey/D Peter O'Leary/Henry Vandyke Carter/Lancet/Divulgação)
Marina Demartini
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 4 de janeiro de 2017 às 05h55.
São Paulo – Pesquisadores da Universidade de Limerick, na Irlanda, fizeram uma descoberta que abre uma nova área para a medicina. Eles classificaram um novo órgão no corpo humano: o mesentério.
Localizado no sistema digestivo, o órgão conecta o intestino ao abdômen. Ele foi descrito pela primeira vez por Leonardo da Vinci em 1508, mas foi considerado apenas uma estrutura composta de múltiplas partes por centenas de anos.
Em 2012, no entanto, o cirurgião J. Calvin Coffey revelou a partir de exames microscópicos que o mesentério é um órgão contínuo. Durante quatro anos, o pesquisador reuniu evidências sobre a descoberta em um estudo, que foi publicado no periódico The Lancet Gastroenterology & Hepatology.
“No artigo, que foi revisado por outros especialistas, revelamos que temos um órgão no corpo que não foi reconhecido como tal até agora”, explica o autor da pesquisa J. Calvin Coffey em um comunicado da Universidade de Limerick.
Com a descoberta, os cientistas podem entender melhor a relação do mesentério com doenças abdominais e, consequentemente, criar novos tratamentos contra essas enfermidades.
“Determinamos a anatomia e a estrutura. O próximo passo é a função. Se entendermos a função, podemos identificar a função anormal e, então, a doença. Unindo tudo isso, temos o campo da ciência mesentérica... a base para uma nova área da ciência”, disse Coffey.
Um dos principais livros de anatomia, o Gray’s Anatomy, foi recentemente atualizado para incluir a nova definição do mesentério. Agora, de acordo com a obra, o ser humano tem 79 órgãos, sendo cinco deles vitais: coração, cérebro, fígado, pulmões e rins.