Ciência

Cientista de Oxford descarta relação da vacina da AstraZeneca com coágulos

Em uma nota divulgada ontem, o laboratório reiterou que não há evidências de aumento dos coágulos sanguíneos causado pela vacina

AstraZeneca: Irlanda e Holanda engrossaram a lista de países, principalmente na Europa, que suspenderam o uso da vacina AstraZeneca/Oxford como medida preventiva (Anthony Devlin/Getty Images)

AstraZeneca: Irlanda e Holanda engrossaram a lista de países, principalmente na Europa, que suspenderam o uso da vacina AstraZeneca/Oxford como medida preventiva (Anthony Devlin/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 15 de março de 2021 às 12h08.

Não existe qualquer relação entre os coágulos sanguíneos e a vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório britânico AstraZeneca - defendeu nesta segunda-feira (15) o diretor da equipe científica da Universidade de Oxford que desenvolveu o fármaco, após sua suspensão por parte de vários países.

A vida está mais complexa, a rotina mais intensa, mas a EXAME Academy pode ajudar a manter a mente em foco

"Há provas muito tranquilizadoras de que não há um aumento no fenômeno de trombose aqui no Reino Unido, onde se aplicou a maioria das doses na Europa até agora", afirmou o diretor do grupo de vacinas de Oxford, Andrew Pollard.

"É absolutamente essencial que não tenhamos o problema de não vacinar as pessoas e correr um risco enorme, um risco conhecido de covid, em comparação com o que os dados que obtivemos dos reguladores mostram até agora: nenhum sinal de problema", frisou, em entrevista à Rádio 4 da BBC.

No domingo (14), Irlanda e Holanda engrossaram a lista de países, principalmente na Europa, que suspenderam o uso da vacina AstraZeneca/Oxford como medida preventiva. Seguiram a decisão já tomada por Dinamarca, Noruega, Tailândia, entre outros.

Em uma nota divulgada ontem, o laboratório reiterou que não há evidências de aumento dos coágulos sanguíneos causado pela vacina, após analisar os resultados de 17 milhões de doses.

Do mesmo modo que os cientistas de Oxford que desenvolveram a vacina, a AstraZeneca defendeu que os 15 casos de trombose venosa profunda e os 22 casos de embolia pulmonar registrados entre pessoas que receberam a vacina representam um percentual "muito menor do que seria esperado que ocorresse naturalmente em uma população geral".

"A natureza da pandemia levou a uma maior atenção a casos individuais e estamos indo além das práticas habituais de controle de segurança", afirmou a diretora médica da AstraZeneca, Ann Taylor.

"Em termos de qualidade, também não há problemas confirmados em relação a qualquer lote da nossa vacina usada na Europa, nem no restante do mundo", acrescentou.

Tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) corroboraram que não há evidências que justifiquem a interrupção do uso da vacina AstraZeneca.

No Brasil, a vacina de Oxford com a AstraZeneca teve registro definitivo concedido pela Anvisa na última sexta-feira, 12. Pelo menos 3,8 milhões de doses do imunizante contra a covid-19 serão entregues até o fim deste mês ao Ministério da Saúde. Pelo calendário da instituição, 30 milhões de doses serão entregues até abril. E até meados do ano, a Fiocruz espera já ter disponibilizado 100 milhões de doses.

Acompanhe tudo sobre:AstraZenecaCoronavírusEuropaPandemiaUniversidade de Oxfordvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus