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Cidade de reatores nucleares é bombardeada por energia verde

Oskarshamn, na Suécia, tem maquinários novos de cobre e aço com 50 metros de comprimento e centenas de toneladas de peso paradas

Oskarshamn (Wikimedia Commons/Divulgação)

Oskarshamn (Wikimedia Commons/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2017 às 15h06.

Em uma sala de reator nuclear estranhamente tranquila no sul da Suécia, maquinários novos de cobre e aço com 50 metros de comprimento e centenas de toneladas de peso estão simplesmente paradas.

Comprados da França e da Alemanha como parte de uma atualização da agora defunta instalação Oskarshamn-2, turbinas, encanamentos de vapor e bombas de água deveriam ajudar a fornecer eletricidade barata para o mercado nórdico nas décadas seguintes.

Em vez disso, eles provavelmente serão vendidos como ferro-velho. A pilha de sucata pode crescer ainda mais, porque outro reator do lugar produzirá seu último megawatt no fim de junho.

A usina é mais uma das vítimas do aumento sem precedentes da energia renovável, que derrubou as margens das estações de energia tradicionais e deixou milhares de trabalhadores do setor de energia tradicional sem emprego em toda a Europa.

Oskarshamn também é o lar de um terceiro reator, cujo destino será traçado no fim deste ano pelas proprietárias Uniper e Fortum, uma decisão que servirá de guia para futuros investimentos em outros reatores atômicos suecos.

Para a cidade de Oskarshamn, o resultado da decisão da empresa de energia elétrica — injetar ou não mais 1 bilhão de coroas (US$ 114 milhões) no maior reator da região para que ele continue funcionando até 2045 — não poderia ser mais significativo.

Como as demissões são iminentes em outras fábricas locais, de uma subempreiteira nuclear à fabricante de tratores Scania, a interrupção permanente da produção de energia seria mais um grande abalo para a cidade depois que seu estaleiro fechou as portas nos anos 1970, o maior empregador na época.

“Eu nem sequer ouso considerar plenamente esse cenário”, disse Peter Wretlund, prefeito de Oskarshamn, em seu gabinete com vista para o porto da cidade no Mar Báltico. “Isso traria consequências graves para a população.”

Governantes na Alemanha, na França e na Suíça decidem quando desativar reatores, mas a Suécia permitirá que as condições do mercado definam o destino de suas seis unidades restantes.

Mesmo após a abolição de um imposto nuclear, as condições continuam difíceis para os operadores, que competem com a energia renovável subsidiada que circula pelas matrizes europeias.

Políticos locais temem pelo futuro da cidade. Um dos principais obstáculos para o crescimento é sua localização remota no litoral sul, longe das grandes cidades suecas.

O aeroporto internacional de grande porte mais próximo é o de Copenhagen, o que significa mais um voo ou uma viagem de 4,5 horas de trem.

Por enquanto, o maior desafio da usina nuclear é reduzir os custos operacionais. A empresa pretende reduzir a folha de pagamento em 32 por cento, para 600 funcionários, até 2019 em contraste com o ano passado.

“Nós consideramos que poderemos atingir a rentabilidade no longo prazo”, disse Johan Svenningsson, CEO da Uniper, em entrevista por telefone.

“Mas ainda precisamos ver se é possível reduzir os custos aos níveis que precisamos antes de tomar uma decisão.”

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