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Chuvas ficarão em até 60% da média histórica, diz Climatempo

As chuvas que devem chegar aos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste em fevereiro deverão ficar no máximo em 60% da média histórica, diz a Climatempo


	Chuva em São Paulo: represas da região seguem em queda em uma época em que deveriam encher
 (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas/Divulgação)

Chuva em São Paulo: represas da região seguem em queda em uma época em que deveriam encher (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 17h43.

São Paulo - As chuvas que devem chegar aos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país para geração de energia elétrica em fevereiro deverão ficar no máximo em 60 por cento da média histórica, segundo a empresa de meteorologia Climatempo, em mais uma notícia ruim para as represas da região que seguem em queda em uma época em que deveriam encher.

"A nossa previsão é de no máximo 60 por cento da média para as bacias da região Sudeste/Centro Oeste e é uma previsão até otimista", disse o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, à Reuters, nesta quarta-feira.

A afluência estimada para fevereiro é melhor que as chuvas em volume equivalente a 39 por cento da média que ocorreram em fevereiro do ano passado. Porém, o nível das represas do Sudeste este ano é muito pior, abaixo dos 18 por cento antes do fim de janeiro, quando, no ano passado, fechou o mês em 34,61 por cento.

As chuvas neste período úmido, assim como ocorreu no ano passado, estão vindo muito abaixo das previsões iniciais enquanto as temperaturas batem recordes, elevando o consumo de eletricidade.

O governo federal continua descartando racionamento de energia, mas para especialistas do setor elétrico a necessidade de aplicação de tal medida ao final do período de chuvas, no fim de abril, torna-se cada vez mais provável.

O ONS espera que as afluências no Sudeste terminem janeiro a 44 por cento da média histórica, previsão similar a do Climatempo, que vê as chuvas em janeiro em cerca de 46 por cento da média.

Em janeiro do ano passado, choveu 54 por cento da média no Sudeste.

As chuvas continuarão abaixo da média histórica em março e abril, últimos meses do período úmido, segundo Nascimento.

Ele estima afluência de 60 por cento da média histórica para março, podendo chegar a 70 por cento em abril.

Previsões de tempo são mais confiáveis no curtíssimo prazo já que as condições meteorológicas podem mudar rapidamente, ressaltam especialistas.

Atualmente, a segurança do abastecimento de energia da região Sudeste já depende em grande parte de energia vinda de outras regiões do país por meio do sistema interligado de transmissão.

Na segunda-feira, a elevação da demanda nessa região em horário de pico associada à restrição de transferência de energia vinda do Norte e Nordeste levou a um problema que exigiu corte de carga no Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país.

O governo federal anunciou na terça-feira um reforço de energia a ser destinada a assegurar o atendimento no Sudeste no total de 1.500 megawatts (MW).

Nesta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, descartou necessidade do governo realizar qualquer tipo de racionamento de energia e tampouco de fazer uma campanha pela racionalização do consumo pela população, em entrevista à Reuters.

O cenário ruim de chuvas que afeta as hidrelétricas é ainda pior no caso do Sistema Cantareira, principal conjunto de reservatórios de água que abastece regiões da Grande São Paulo.

"A chuva que a gente está esperando é chuva em forma de pancadas, não é chuva intermitente. Esse tipo de chuva ajuda pouquinho, bem pouquinho mesmo. Vai ter que ter alguma coisa a mais que a chuva para entrar água no sistema", disse ele.

Temperatura

Segundo a Climatempo, as temperaturas na região Sudeste tendem a cair nos próximos dias diante de chuvas esperadas, dando um alívio para a forte demanda por energia no sistema elétrico nacional.

No entanto, ainda assim, a expectativa é de que as médias de temperaturas máximas do mês terminem próximas às registradas em janeiro de 2014.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, as projeções mais recentes apontam para temperatura máxima média de 31,5 graus Celsius em janeiro, ante a média de 32 graus registrada em janeiro passado e quando o normal é em torno de 27 graus.

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