Coronavírus: CDC reconhece que indivíduos podem ser infectados por aerossol (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 7 de outubro de 2020 às 17h05.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência responsável por questões de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos, reconheceu que o novo coronavírus é capaz de ser transportado pelo ar por horas.
A mudança na recomendação indica que o vírus pode infectar pessoas que estão a até dois metros de distância, e foi realizada logo após especialistas em saúde dos EUA alertarem sobre o risco da transmissão aérea - que vem sendo discutida desde o início da pandemia.
No último mês, o CDC já havia alertado a população sobre o perigo de se contaminar com partículas expelidas da boca de pessoas, aconselhando que mantenham distância para conversar - mas a dica havia sido retirada do site oficial.
Com este novo conselho, o CDC demonstra que a preocupação com aeressóis e partículas transportadas pelo ar está de volta. Essas formas de transmissão do covid-19 reforça a importância do uso de máscaras, tanto em lugares fechados como abertos. “A atualização de hoje reconhece a existência de alguns relatórios publicados mostrando circunstâncias limitadas e incomuns em que pessoas com COVID-19 infectaram outras que estavam a mais de 6 pés de distância ou logo após a pessoa COVID-19-positiva deixar uma área”, disseram os especialistas do CDC em comunicado.
Os pesquisadores acrescentaram que o vírus, embora apresente maior risco para pessoas que estão a menos de dois metros de distância, também pode infectar pessoas que se encontram em uma distância maior. O conselho destaca, também, que existe uma diferença entre a transmissão por gotículas grandes (como saliva) e aerossóis, que costumam flutuar no ar.
Complementando a resolução do CDC, cientistas já haviam requisitado, em julho, que a Organização Mundial da Saúde coloquesse em suas diretrizes sobre o novo coronavírus que este pode ser transmitido por aerossol. A OMS já se mostrou favorável aos pedidos, mas diversas outras organizações ainda estão relutantes em alertar sobre este modelo de transmissão.