Câncer, covid, mulher (GettyImages/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 15h13.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 16h22.
Nesta quarta-feira, 23, a Anvisa aprovou o primeiro tratamento avançado para câncer hematológico, originado nas células sanguíneas.
O produto para o tratamento é o Kymriah (tisagenlecleucel) da empresa Novartis, uma terapia gênica baseada em células T de receptores de antígenos quiméricos, chamadas “CAR T-Cell”.
Foram dois anos de estudo para que a Anvisa aprovasse o uso desta nova terapia no Brasil, que antes só estava disponível em países na Europa, Ásia e os Estados Unidos.
A terapia oncólogica é uma das mais modernas e eficazes do mundo e não necessita de nenhum remédio. Através dela, as células de defesa da pessoa são treinadas para lutar contra o próprio câncer.
Para que isso aconteça, os leucócitos do paciente são colhidos, congelados, enviados para um laboratório nos Estados Unidos ou na Europa, modificados e devolvidos para a própria pessoa.
“São esses linfócitos modificados e turbinados que vão combater as células cancerígenas, mas sem quimioterapia ou radioterapia. Ou seja, as células da pessoa são potencializadas para lutar contra o próprio câncer”, disse Marco Aurélio Salvino, hematologista e um dos médicos que lideraram a pesquisa no Brasil, no Hospital São Rafael D´Or em Salvador.
Com essa nova terapia é possível realizar o tratamento de linfomas agressivos, linfomas indolentes, leucemias agudas e mieloma múltiplo. “Trata-se de uma revolução que estamos vivenciando na oncologia”, disse Salvino.