Usuário de crack; drogas (picture alliance/Getty Images)
Trata-se de uma abordagem pouco ortodoxa, mas especialistas de saúde da Califórnia propõe, através de uma nova lei, dar incentivos financeiros aos usuários de drogas para que permaneçam sóbrios - uma estratégia conhecida como 'gerenciamento de contingência'.
Caso o método seja aprovado, a Califórnia pode se tornar o primeiro estado dos EUA a implementar esse serviço, talvez abrindo a porta para que outros estados façam o mesmo.
O projeto visa mitigar a intensa crise de metanfetamina que hoje assola os Estados Unidos, e que piorou ao longo da pandemia. Na Califórnia, de março a dezembro do ano passado, o Condado de Los Angeles viu um aumento de 79% nas mortes por overdose de metanfetamina, em comparação com o mesmo período de 2019.
Na proposta discutida pelo governo, leva-se em conta um método já utilizado de recompensar a sobriedade por meio do 'programa de 12 etapas' ou em tratamento ambulatorial em hospitais e clínicas de saúde mental, e que hoje funciona para qualquer tipo de paciente adicto.
Em média, ganha-se de 360 dólares com um sistema de loteria e 1.200 dólares com um sistema de vouchers durante o período de tratamento do vício.
Contudo, o objetivo agora é antecipar o incentivo para antes do estado de internação, ou 'fundo do poço', e mostrar ao recuperando que ele pode colher certos benefícios de um estilo de vida sóbrio.
Neste sentido, dois programas de gerenciamento de contingências já tiveram algum sucesso. Um deles, para veteranos de guerra, permite que usuários de drogas com teste negativo saquem prêmios, incluindo vales em dinheiro. Quanto mais tempo uma pessoa fica sóbria, mais sorteios ela recebe a cada semana. Até agora, 92% dos testes de drogas coletados durante o programa deram negativo.
Outra, da San Francisco AIDS Foundation, também da vale presentes no valor de até 400 dólares, ao longo de 12 semanas, para usuários de drogas de testes de urina negativos. Em 2019, 63% dos participantes do programa pararam de usar metanfetamina totalmente e 19% reduziram o uso.