Ciência

Brasileiros criam algoritmo capaz de detectar covid-19 pela tosse

Descoberta com aproximadamente 70% de eficácia levou prêmio no Interspeech 2021, principal evento de processamento de fala do mundo

 (Thanit Weerawan/Getty Images)

(Thanit Weerawan/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 11h11.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 13h37.

Desde dezembro de 2019, cientistas pelo mundo inteiro tentam achar novas formas de identificar o coronavírus e proteger a população da pandemia. Desta vez, a conquista é brasileira: pesquisadores do Grupo CyberLabs desenvolveram um estudo para detectar a covid-19 por meio da tosse ou voz com aproximadamente 70% de eficácia.

A CyberLabs é empresa líder em Inteligência Artificial (I.A) na América Latina. Por conta do estudo, o grupo de pesquisa está entre os ganhadores da competição Interspeech 2021, principal evento de processamento de fala do mundo. 

Como foi feito o estudo?

Com metodologia baseada em I.A, os pesquisadores utilizaram horas de amostras de fala e tosse tanto de pessoas saudáveis, quanto de infectadas pelo coronavírus. 

“Exploramos várias técnicas de inteligência artificial para análise de áudios, que foram previamente expostas a mais de 2 milhões de áudios de 527 categorias diferentes", conta Edresson Casanova, um dos responsáveis pela pesquisa.

Depois, os pesquisadores ajustaram a tecnologia para processar somente áudios de pessoas infectadas. Como resultado, conseguiram alcançar a marca de 75,9% de identificação por meio da tosse e 70,3% por meio da fala.

“Esse é mais um exemplo de como a I.A. pode revolucionar a vida da humanidade. O desenvolvimento da própria vacina contra a covid-19, que também aplicou I.A., demonstra o quanto o uso da tecnologia é transformador e precisa ser o quanto antes democratizado”, disse o presidente do Grupo CyberLabs, Marco DeMello.

Participaram do estudo os pesquisadores Edresson Casanova, Lucas Rafael Stefanel Gris, Arnaldo Candido Jr., Ricardo Corso Fernandes Jr., Marcelo Finger, Moacir A. Ponti e Daniel Peixoto Pinto da Silva.

No momento, a descoberta está em fase de validação de viabilidade. Segundo os pesquisadores, os próximos passos da descoberta serão avaliados com uma possível inclusão de parceiros estratégicos.

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