Sacolas plásticas: (Cate Gillon/Getty Images)
São Paulo - Um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo, a Austrália costuma investir em medidas de preservação ambiental. De acordo com a Associação Nacional de Varejo australiana, o país conseguiu reduzir o uso de sacolas plásticas, grandes vilãs do meio ambiente, em até 80% em apenas três meses. Surpreendentemente, a medida que conduziu ao dado notável não partiu do governo, mas de uma decisão comercial.
A guinada foi possível quando as duas maiores redes de supermercados do país, “Coles” e “Woolworths”, decidiram proibir o uso de sacolas plásticas em âmbito nacional.
A partir de julho deste ano, as redes implementaram a substituição por opções reutilizáveis, que são vendidas por 15 centavos de dólar (cerca de dois reais). O impacto foi grande: 1,5 bilhões de sacolas deixaram de ser usadas em um período de três meses.
"Os varejistas merecem uma enorme quantidade de elogios por liderar o caminho em uma das mudanças mais significativas no comportamento do consumidor em gerações e também aplaudimos os compradores por adotar esta iniciativa ambiental", disse David Stout, gerente de Política Industrial da Associação, em um comunicado.
Stout afirmou ainda que a medida abriu caminho para que empresas menores adotem iniciativas semelhantes, estimulando um novo padrão de comportamento dos consumidores. Governos locais também passaram a integrar a medida a suas políticas públicas ambientais, tornando-a presente em quase todos os estados australianos.
Apesar do resultado animador em um tempo curto, a medida não encontrou um caminho fácil no início, precisando enfrentar a resistência por parte de alguns consumidores em mudar seus hábitos, como afirma o site de divulgação científica IFLScience. A persistência das empresas, o engajamento dos governos e a implementação de uma estratégia eficiente formaram a receita do sucesso ambiental australiano.