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Até que ponto os idosos são vulneráveis ao coronavírus?

Os dados publicados desde o surgimento da epidemia mostram um "risco aumentado" significativo a partir dos 60 anos

Idosos (Jasmin Merdan/Getty Images)

Idosos (Jasmin Merdan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 26 de abril de 2020 às 14h05.

Desde o início da pandemia, muitos insistem que os "idosos são mais frágeis diante da COVID-19", uma ideia respaldada pelas estatísticas, mas que deve ser acompanhada de outros fatores.

Risco aumenta com a idade

"O risco de a doença se agravar aumenta com a idade, a partir dos 40 anos", destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece que qualquer pessoa com "mais de 60 anos" entra no grupo de risco (junto com pacientes com doenças crônicas).

Os dados publicados desde o surgimento da epidemia mostram um "risco aumentado" significativo a partir dos 60 anos.

Segundo um estudo publicado em 31 de março na The Lancet, a taxa de mortalidade de pacientes chineses com entre 60 e 69 anos de idade seria de 4%, superior à de 1,4% de todos os pacientes.

A taxa dos septuagenários seria de 8,6% e a de 80 anos ou mais, de 13,4%.

A proporção de pacientes que necessitam de hospitalização também aumenta com a idade: 4,3% para aqueles com entre 40 e 49 anos; 11,8% para a faixa dos sessenta e 18,4% para os octogenários.

Não é apenas a idade que conta

No entanto, "a idade não pode ser limitada apenas ao número de anos", destaca a Academia Nacional de Medicina da França, que ressalta que esses "dados estatísticos incontestáveis" são, acima de tudo, um "reflexo" do estado de dependência e dos problemas de saúde, mais frequentes à medida que a idade avança.

Por outro lado, as incógnitas em torno da COVID-19 complicam a identificação precisa das pessoas em risco.

"Nós sabemos como fazer uma avaliação padronizada da vulnerabilidade de um paciente mais velho" com base em comorbidades (doença crônica ou pulmonar, diabetes, obesidade ...), mas também com base em seu estado psicológico, nutricional e cognitivo, disse à AFP Olivier Guérin, presidente da Sociedade Francesa de Geriatria e Gerontologia (SFGG).

"No entanto, atualmente não temos dados suficientes para dizer, dentro dessa síndrome de fragilidade, quais elementos" influenciam mais "a alteração da resposta ao vírus".

Confinamento também apresenta riscos

O isolamento, imposto para minimizar o perigo associado ao coronavírus, também implica uma série de riscos para os idosos.

Vários médicos alertaram que o confinamento pode gerar, em pessoas muito vulneráveis, um alto grau de sofrimento psicológico que pode ser muito prejudicial.

Em outros casos, o desafio está em preservar sua autonomia, pois a deterioração muscular causada pela falta de atividade física ou má alimentação pode aumentar a vulnerabilidade do idoso.

Além disso, por medo de serem infectados, muitos pacientes param de consultar o médico, de modo que os serviços de emergência estão recebendo "idosos com doenças crônicas mais descompensadas que o habitual", como insuficiência cardíaca, enfatiza Guérin.

"Também devemos desconfinar essa população, em parte. Se não, eles vão morrer, mas de outra coisa", insiste.

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