(ESA/Reprodução)
EFE
Publicado em 11 de maio de 2018 às 11h20.
A Via Láctea é maior do que se pensava, já que tem um disco com o qual não se contava e que é "enorme", de aproximadamente 200 mil anos luz de diâmetro, segundo um trabalho publicado pela "Astronomy & Astrophysics".
As galáxias espirais, como a Via Láctea, se caracterizam por terem um disco de pouca espessura, onde fica a maior parte das estrelas, cujo tamanho é limitado e a partir do qual já quase não há estrelas, indicou nesta quarta-feira o Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC), da Espanha, um dos participantes do estudo.
No caso da Via Láctea, não se sabia que havia estrelas de disco a distâncias do centro maiores que duas vezes a do Sol.
Ou seja, acreditava-se que "nossa" estrela mais próxima estava situada na metade do raio galáctico, mas elas estão lá, e "muito mais longe, a mais que o triplo dessa distância. Inclusive, é provável que algumas superem o quádruplo dessa distância", segundo o IAC.
Martín López-Corredoira, pesquisador do IAC e primeiro autor do artigo, afirmou que o disco da Via Láctea é "enorme", de aproximadamente 200 mil anos-luz de diâmetro.
Na elaboração da pesquisa, realizada junto ao National Astronomical Observatories de Pequim, na China, os cientistas compararam a abundância de metais nas estrelas no plano galáctico com as do halo (região do espaço ao redor das galáxias espirais), para descobrirem que há uma mistura de halo e disco até as grandes distâncias indicadas.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após realizar uma análise estatística de dados cartografados de APOGEE e LAMOST, dois projetos que obtêm espectros de estrelas, ou seja, informação sobre sua velocidade e composição química.
Usando o conteúdo em metais das estrelas dos índices, com a combinação de atlas espectrais de alta qualidade e da distância em que situam os objetos, comprovou-se que há uma fração considerável de estrelas além de onde se supunha que terminava o disco da Via Láctea, explicou Carlos Allende, coautor da publicação. EFE