Ciência

Astrônomos descobrem galáxia intacta desde o início do Universo

Apenas uma de cada mil galáxias maciças é uma relíquia do Universo primitivo e conserva intactas as propriedades que tinha quando se formou há bilhões anos

Galáxia intacta: resultados da pesquisa mostraram que a galáxia NGC 1277 só possui os aglomerados globulares vermelhos que se formaram com ela em seu nascimento e, desde então, tem se mantido inalterada (EFE/EFE)

Galáxia intacta: resultados da pesquisa mostraram que a galáxia NGC 1277 só possui os aglomerados globulares vermelhos que se formaram com ela em seu nascimento e, desde então, tem se mantido inalterada (EFE/EFE)

E

EFE

Publicado em 12 de março de 2018 às 15h33.

Santa Cruz de Tenerife, Espanha - Pesquisadores do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), na Espanha, confirmaram a primeira detecção de uma galáxia "relíquia", que está intacta desde o começo do Universo, através de imagens do telescópio espacial Hubble.

Os resultados da pesquisa foram publicados nesta segunda-feira na revista "Nature" e o IAC explicou que apenas uma de cada mil galáxias maciças é uma relíquia do Universo primitivo e conserva intactas as propriedades que tinha quando se formou há bilhões anos.

Por isso, quando pesquisadores do IAC e da Universidade de La Laguna (ULL) Michael Beasley e Ignacio Trujillo localizaram esta galáxia, solicitaram tempo de observação com o telescópio espacial Hubble para observar os aglomerados globulares que a cercavam e, assim, confirmar o que propunham os dados que eles tinham obtido com telescópios terrestres.

Os aglomerados globulares são agrupamentos de estrelas que flutuam ao redor das galáxias e se formaram junto destas durante o seu nascimento.

Há dois tipos de populações de aglomerados globulares: os vermelhos, que nascem com as galáxias maciças, se encontram perto de seu centro e têm alto conteúdo de elementos mais pesados que o hélio; e os azuis, com menor percentual metálico e que estão ao redor das galáxias maciças como consequência de terem absorvido outras galáxias menores.

Os resultados da pesquisa mostraram que a galáxia NGC 1277 só possui os aglomerados globulares vermelhos que se formaram com ela em seu nascimento e, desde então, tem se mantido inalterada.

Os aglomerados globulares são peças muito sensíveis da história da formação das galáxias, indicou em comunicado Michael Beasley, primeiro autor do artigo, que também esclareceu que "é a primeira vez que se observa uma galáxia tão maciça com tão poucos aglomerados azuis".

A galáxia NGC 1277 está composta por trilhões de estrelas e recebe o seu nome do Novo Catálogo Geral de Nebulosas e Aglomerados de Estrelas.

NGC 1277 fica na área central do Aglomerado de Perseu, a maior concentração de galáxias próximas da Via Láctea e arredores.

O motivo pelo qual os pesquisadores pensam que esta galáxia maciça manteve sua forma original e sua composição intacta durante todo este tempo é porque ela se formou como satélite da galáxia central do aglomerado de Perseu, que absorveu qualquer material que poderia ter caído sobre a NGC 1277 e provocado uma evolução diferente.

Acompanhe tudo sobre:EspaçoEspanhaPesquisas científicas

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus