AstraZeneca: a farmacêutica diz que negociações para fornecimento do medicamento estão em andamento com os Estados Unidos e outros países (Paul Thomas/Bloomberg)
André Martins
Publicado em 5 de outubro de 2021 às 10h34.
A AstraZeneca solicitou nesta terça-feira, 5, a autorização de uso emergencial ao Food and Drug Administration (FDA, a Anvisa dos Estados Unidos) de seu medicamento AZD7442, descrito pela farmacêutica britânica como uma "combinação de anticorpos" que reduziu em 77% o risco de casos graves de covid-19 em testes de fase 3.
Nos estudos clínicos conduzidas pela companhia, mais de 75% dos participantes tinham comorbidades relacionadas à covid-19 ou apresentavam resposta imune menor às vacinas contra a doença. 35 casos sintomáticos foram identificados em uma análise primária. De acordo com a AstraZeneca, a droga foi "bem tolerada" pelos voluntários do teste.
Para a farmacêutica, o medicamento pode funcionar como um reforço para proteger pessoas com o sistema imunológico comprometido e que não respondem de maneira forte o suficiente as vacinas. O medicamento contém anticorpos feitos em laboratórios criados para permanecer no corpo por meses para conter o vírus em caso de infecção.
Caso obtenha a autorização do FDA, esta será o primeiro medicamente preventivo contra a covid-19 a receber aval para uso emergencial, afirmou a AstraZeneca. O valor do remédio não foi divulgado pela empresa.
A farmacêutica diz que negociações para fornecimento do medicamento estão em andamento com os Estados Unidos e outros países. Apesar do avanço na autorização do remédio, a farmacêutica britânica ainda não conseguiu liberação de sua vacina contra covid-19 nos EUA.
Diversas farmacêuticas estão na corrida para desenvolvimento de um medicamento contra covid-19. Regeneron , Roche, Eli Lilly e GlaxoSmithKline com o parceiro Vir, estão competindo por um papel no tratamento e prevenção da doença. No final de agosto, a Pfizer também iniciou testes de seu medicamento. Na última sexta-feira, 1º, a farmacêutica Merck divulgou dados que seu remédio contra covid-19 que reduz morte e internações em 50%.
Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters.