Medicamento é alternativa para pacientes que não puderem tomar vacina (Tatyana Makeyeva/Reuters)
Karina Souza
Publicado em 21 de novembro de 2020 às 15h11.
Última atualização em 21 de novembro de 2020 às 15h12.
Um coquetel de anticorpos como forma de proteção contra a covid-19 começa a ser testado neste fim de semana no Reino Unido. O principal objetivo dos cientistas é usá-lo de forma rápida em pacientes mais vulneráveis ao uso de uma vacina --- como idosos --- além de conter rapidamente novos surtos, caso a droga realmente seja eficiente. A partir desse fim de semana, cinco mil pessoas serão recrutadas para receberem a nova droga.
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De acordo com informações divulgadas no The Guardian, o medicamento funciona com base em anticorpos monoclonais, produzidos em laboratório, e que podem aumentar a resposta do sistema imunológico a um vírus invasor.
O medicamento entra na fase três de testes nesse fim de semana e é fabricado pela AstraZeneca, a mesma empresa que fez a parceria coma Universidade de Oxford para desenvolver uma vacina. De acordo com a estimativa dos cientistas, o novo medicamento deve começar a fazer efeito a partir do momento em que é aplicado, com duração estimada de seis meses a um ano.
Para Mene Pangalos, vice-presidente de P&D da AstraZeneca, os testes representam um avanço importante, dado que podem funcionar como uma “vacinação passiva”.
“Obviamente, haverá um número significativo de pessoas que não responderão às vacinas, ou de fato não tomarão vacinas e, portanto, ter anticorpos monoclonais como potencial terapêutico é uma alternativa para evitar novos surtos da doença”, afirma, ao The Guardian.
Há estimativas de que o custo desse medicamento, caso funcione, seja relativamente alto: outras empresas que já investiram nesse tipo de droga definiram preços em torno de mil dólares por dose. Para a AstraZeneca, o alto valor investido no tratamento não deve ser um empecilho, dado que uma quantidade significativamente menor de pessoas irá precisar deles, quando uma vacina for aplicada em escala global.