Redação Exame
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 07h18.
No final de dezembro, astrônomos identificaram um novo asteroide potencialmente perigoso no espaço. Batizado de 2024 YR4, ele tem dimensões estimadas entre 40 e 100 metros e pode, teoricamente, colidir com o planeta em 22 de dezembro de 2032. Mas antes de entrar em pânico, especialistas alertam: a probabilidade real de impacto é extremamente baixa.
“Isso não deve ser motivo de preocupação”, afirmou David Rankin, astrônomo da Universidade do Arizona, ao The New York Times. Ele explica que 1,3% de chance de colisão também significa 98,7% de chance de nada acontecer. Ou seja, o mais provável é que os cálculos sejam ajustados e descartem qualquer risco real.
O Sistema de Monitoramento ATLAS, um conjunto de telescópios mantido pela NASA, foi responsável pela detecção do 2024 YR4. Ele foi avistado em 27 de dezembro, pelo observatório no Chile, apenas dois dias após ter passado próximo à Terra.
Agora, à medida que o asteroide se afasta, fica cada vez mais difícil rastreá-lo, já que ele reflete menos luz solar e se torna menos visível para os instrumentos terrestres.
Mesmo que a possibilidade de impacto seja pequena, um asteroide desse porte poderia causar danos significativos, dependendo do local da queda.
Para efeito de comparação, a explosão do meteoro de Tunguska, na Sibéria, em 1908, devastou 2.000 km² de floresta – e acredita-se que o objeto tivesse cerca de 30 metros de diâmetro.
Se o 2024 YR4 for do tamanho máximo estimado e atingir uma região habitada, poderia destruir uma cidade inteira. Já um impacto no oceano teria potencial para gerar tsunamis catastróficos.
O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) analisa a trajetória de objetos espaciais através do sistema Sentry, que calcula possíveis colisões nos próximos 100 anos.
Inicialmente, os cientistas tinham poucos dados sobre o 2024 YR4, e os cálculos indicavam diversas trajetórias possíveis. Com mais observações, a chance de impacto subiu para 1,3%, chamando a atenção da comunidade astronômica.
No entanto, os especialistas explicam que esse número provavelmente será reduzido conforme novas medições forem feitas. "O mais provável é que, ao longo dos próximos anos, possamos descartar completamente um impacto", disse Rankin.
Se, por acaso, houver risco real de colisão, há tecnologias capazes de desviar asteroides, como a missão DART, que já provou ser possível alterar a rota de um corpo celeste através de impacto direcionado.
Por enquanto, os cientistas pedem calma. O 2024 YR4 ainda passará perto da Terra novamente em 2028, momento em que será possível refazer todos os cálculos com maior precisão.