Ciência

Aplicativo contraceptivo é tão confiável quanto a pílula, diz pesquisa

Estudo feito na Universidade de Georgetown, nos EUA, acompanhou 419 mulheres por seis meses e apenas 15 engravidaram

Pesquisa aponta eficácia de aplicativo contraceptivo (Cycle Technologies/Twitter/Divulgação)

Pesquisa aponta eficácia de aplicativo contraceptivo (Cycle Technologies/Twitter/Divulgação)

LN

Letícia Naísa

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 17h39.

São Paulo — Uma pesquisa divulgada na última segunda-feira (15) na revista científica “Contraception” apontou que o aplicativo Dot, usado para contracepção, é tão efetivo quanto outros métodos anticoncepcionais.

O estudo foi feito por especialistas do Instituto de Saúde Reprodutiva da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos. Os pesquisadores acompanharam 419 mulheres que usaram apenas o aplicativo como método contraceptivo por seis meses. Apenas 15 engravidaram no período.

Segundo os pesquisadores, as gravidezes aconteceram por conta do uso incorreto do método, como ter relações sexuais desprotegidas nos dias de maior fertilidade. Nenhuma gravidez aconteceu com as mulheres que usaram o aplicativo corretamente, diz o estudo.

A taxa de falha do método foi de 3,5%, o que sugere que a taxa de eficácia dentro de um ano de uso do aplicativo será comparável à de outros métodos como a camisinha masculina e a pílula, que têm uma taxa de falha de 2% e quase 1%, respectivamente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Nosso propósito é orientar as mulheres que querem usar o Dot e também os profissionais de saúde e legisladores que têm interesse neste método emergente de planejamento familiar. Esperamos que o trabalho contribua com o debate sobre a efetividade dos aplicativos”, afirma Victoria Jennings, uma das autoras do estudo e diretora do Instituto.

A popularidade deste tipo de aplicativo cresceu tanto que, em 2017, a Food and Drug Administration (FDA), agência de saúde dos Estados Unidos, aprovou o uso do aplicativo sueco Natural Cycles como método contraceptivo.

O nicho de “femtechs”, como são chamadas as empresas de tecnologia voltadas para saúde das mulheres, recebeu mais de um 1 bilhão de dólares de investimento em 2015, segundo a revista Forbes.

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