Alpacas: animais podem ter a resposta para imunidade (jopstock/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 28 de junho de 2020 às 13h41.
Um estudo feito na Suécia e na África do Sul mostrou que as alpacas podem ter a resposta para neutralizar o novo coronavírus. Segundo a pesquisa, pequenos anticorpos de um animal batizado de Tyson, os chamados nanocorpos, que são dez vezes menores do que os anticorpos normais, têm a capacidade de prevenir que o vírus infecte as pessoas.
Os cientistas por trás da pesquisa acreditam que isso pode ajudar a evitar uma provável segunda onda do vírus. Tyson é uma alpaca alemã de 12 anos que foi imunizada com as proteínas do vírus por cientistas do Instituto Karolinska, em Estocolmo. No começo deste mês, os pesquisadores isolaram os nanocorpos do sistema de Tyson e conseguiram encontrar uma possível imunidade para humanos contra a covid-19.
Esses nanocorpos interferem diretamente na habilidade do SARS-CoV-2 de infectar um hospedeiro ao afetar suas espículas, o que pode "potencialmente neutralizá-lo", segundo o jornal britânico The Daily Telegraph.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o diretor do time de pesquisadores do instituto sueco, Gerald McInerney, afirmou que "sabe que os anticorpos são direcionados as mesmas partes precisas do vírus que são importantes e é isso que estamos fazendo com esse anticorpo do Tyson". O estudo ainda está em fases iniciais.
Cientistas na Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, também estão estudando os anticorpos das alpacas na luta contra o coronavírus.
Em maio, pesquisadores da Universidade do Texas em Austin (EUA) e do Instituto Nacional de Saúde e da Universidade de Ghent (Bélgica) criaram um anticorpo contra o vírus ao combinar dois tipos de anticorpos que são produzidos por lhamas. Os testes iniciais mostraram que ele também é capaz de bloquear a espícula de proteína do vírus que se liga às células do corpo humano.
Nenhum tratamento ou vacina foi aprovado ainda.
Segundo o monitoramento em tempo real da universidade Johns Hopkins, 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus no mundo e 499.307
morreram, segundo o monitoramento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins. Os Estados Unidos são o epicentro da doença, com 2.510.337 doentes e mais de 125.539 mortes. Em segundo lugar no ranking está o Brasil, com 1.313.667 de infectados e 57.070 óbitos.