Internação: reduzir prevalência de condições que agravam a covid-19 resultaria em menor necessidade de hospitalização (Silvio AVILA/AFP)
Thiago Lavado
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 14h26.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 15h11.
Um modelo elaborado por pesquisadores da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, com adultos internados por covid-19 estimou quais são as causas mais prováveis de hospitalização.
De acordo com o estudo, os principais complicadores que aumentam o risco de internação são obesidade, hipertensão, diabetes e falha cardíaca.
O estudo foi publicado nesta quinta-feira, 25, no Journal of the American Heart Association e parte de uma simulação matemática para estimar a proporção de hospitalizações por covid-19 nos EUA que poderiam ter sido prevenidas caso não houvessem esses fatores de risco.
Combinadas, a ausência dessas condições na população americana teria reduzido a internação em casos de covid-19 em 64%. A obesidade é o fator mais relevante, com 30% das internações atribuídas ao fator de risco.
Segundo o modelo da Tufts, que usa dados de diversos outros estudos já feitos sobre a doença, uma redução de 10% na prevalência desses fatores de risco teria reduzido em 11% todas as internações decorrentes do coronavírus.
Foram analisados 906.849 hospitalizações que aconteceram nos Estados Unidos até novembro de 2020. Em termos epidemiológicos, a proporção descoberta pelos pesquisadores é a margem de hospitalizações que poderia ter sido evitada na ausência desses agravantes.
O modelo também levou a idade em consideração. Por exemplo, cerca de 8% das hospitalizações por covid-19 entre adultos abaixo de 50 anos eram devido a diabetes. Esse percentual salta para 29% para os que têm 65 anos ou mais. A obesidade teve um impacto igualmente negativo nas internações entre todas as idades.
"Médicos deveriam educar os pacientes que possam estar sob risco de covid-19 severa e considerar promover medidas preventivas, como melhoras na dieta e atividade física, a fim de melhorar a saúde cardiometabólica", disse Meghan O'Hearn, uma das autoras do estudo.