Dor: reconhecê-la como doença foi um dos avanços mais importantes dos últimos anos, diz médico (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 21h17.
A dor afeta 80% da popumundial e 30% sofrem seus efeitos de forma crônica, tornando-se um problema de saúde pública, segundo números divulgados nesta terça-feira no XV Congresso Mundial da Dor em Buenos Aires.
No encontro, que reúne 4.000 especialistas do mundo todo e que se estenderá até sábado, advertiu-se que o percentual de pessoas afetadas pela dor aumentará, devido à expectativa de vida maior.
"Quando estudei medicina, se uma pessoa sentia dor de barriga, ia a um gastroenterologista. Se tinha dor muscular, ia a um traumatologista e assim se pensava que, ao curar a doença, a dor desaparecia", lembrou o médico espanhol Fernando Cerveró na conferência.
No entanto, quando "a dor não passa ou existem dores que não têm um ponto específico, então não é mais um sintoma, mas uma doença em si", disse o especialista, presidente da Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP, segundo a sigla em inglês).
Para Cerveró, o reconhecimento da dor como doença foi um dos avanços mais importantes dos últimos anos e compreende várias facetas: a médica, a psicológica, a social e a ambiental, segundo o comunicado.
"Atualmente, milhões de pessoas morrem todos os anos sentindo algum tipo de dor moderada ou severa, sem acesso ao tratamento adequado da dor", afirmou o especialista Srinivasa N. Raja, presidente do Comitê do Programa Científico.
Um dos temas dos expositores no Congresso são os últimos estudos em moléculas para encontrar medicamentos que não produzem efeitos colaterais em tratamentos oncológicos e métodos para medir objetivamente a dor através de imagens cerebrais.