Raios: entre os mitos científicos mais famosos, o de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar é o mais famosos deles (./Reprodução)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2017 às 14h23.
Última atualização em 25 de abril de 2017 às 15h32.
Todo mundo já ouviu aquela velha história de que nós só usamos 10% do nosso cérebro (e isso, num futuro sabe-se lá quão distante, permitirá o nascimento de criaturas como “Lucy”, interpretada nos cinemas por Scarlet Maravilhosa Johansson).
Sua mãe e/ou sua avó com certeza acreditam que “pegar friagem” resulta em resfriado certo. E todo mundo sabe que a Lua tem um lado escuro.
O que muita gente não sabe é que tudo isso (e várias outras “certezas” científicas) não passa de história pra boi dormir.
Apesar de a ciência já ter desmistificado uma pá dessas lendas urbanas dos laboratórios, ainda tem gente que não sabe dessas atualizações.
Veja, na SUPERLISTA de hoje, alguns mitos da ciência em que quase todo mundo ainda acredita.
Que a ciência ainda não sabe muitas coisas sobre o cérebro (como a origem das enxaquecas, por exemplo), é verdade. Mas uma coisa é mentira braba: que nosso cérebro tem 90% de área ociosa. A verdade, contudo, é que não há nem um centímetro quadrado cerebral que não seja aplicado em alguma tarefa do dia a dia.
Como cada área do cérebro tem uma função específica e nós precisamos de todas elas para ter uma vida funcional, não podemos dizer que há partes não utilizadas.
O órgão consome 20% (ou seja, um quinto) de toda a energia produzida pelo nosso corpo, e é muito improvável que ele tivesse se desenvolvido tanto se tivesse partes ociosas. Tem gente que até deixa o cérebro lá, só ocupando o espaço entre as duas orelhas. Mas aí é cada um com seus problemas, né.
Daqui, da Terra, conseguimos ver somente 59% da superfície lunar. Os outros 41% são o que a ciência costumava chamar de “o lado escuro da Lua”. Mas – surpresa! – esse lado escuro recebe luz solar igualzinho ao outro!
A diferença é que, por conta do fenômeno chamado “rotação capturada”, nós só vemos um mesmo lado do astro, o que nos dá a sensação de que uma parte dela fica escura e sombria para sempre.
Dizem que as fases da Lua afetam o líquido presente no seu cérebro, causando variações de humor, e as polícias de alguns lugares até se preparam para uma maior onda de violência nesses dias do mês. Mas, a menos que você seja um lobisomem, a Lua cheia não tem nadinha a ver com o seu (mau) humor.
Já faz tempo que os cientistas descobriram que uma coisa não tem nada a ver com a outra: em 1985, os psicólogos estadunidenses James Rotton e Ivan Kelly confrontaram 37 estudos sobre o tema com as estatísticas de admissões em instituições psiquiátricas, assassinatos, acidentes de carro, suicídios e crimes em geral.
E o resultado foi que não havia nenhuma ligação entre a lua cheia e um aumento nesses números. Agora, se você é o oitavo filho e tem sete irmãs mais velhas, pode começar a se preocupar.
Toda boa festa infantil tem uma mesa de doces linda e sedutora. E também crianças que mais parecem um bando de gremlins correndo, pulando, gritando e fazendo um monte de bagunça. Não culpe a mesa de doces.
Pesquisas científicas provaram que é a própria presença de outras crianças que faz com que os pequenos fiquem superanimados. Mas não é para liberar geral os doces para a gurizada: açúcar demais está associado a obesidade, resistência à insulina (condição base para o diabetes), hipertensão e até o aumento de certos cânceres.
Essa já virou até provérbio. Mas, para começo de conversa, o raio não cai. Tecnicamente, ele sobe da terra para a atmosfera.
Depois, um raio é uma imensa descarga eletrostática em busca de um lugar para descarregar – e ele não está exatamente preocupado em escolher lugares inéditos.
Os pontos mais altos de um perímetro certamente são mais atraentes, o que significa que o para-raio do seu prédio (ou do prédio vizinho) provavelmente já foi atingido diversas vezes – e em muitas delas você nem se deu conta.
Você nunca vai fazer isso, porque você é uma pessoa legal. Mas pode ficar tranquilo: se estiver passeando por Nova Iorque e for acertado na cabeça por uma moedinha jogada por algum espírito de porco lá de cima do Empire State Building, você não vai morrer. Pode dar um galinho, mas não passa disso.
Por serem um disco, as moedas têm uma aerodinâmica ruim. Então, a moeda que você jogar vai cair rodando, o que diminui muito a sua velocidade.
Além disso, ela é leve, e não tem peso suficiente para exercer uma pressão letal sobre a caixa craniana.
Mas se alguém resolver jogar um objeto mais pesado ou com melhor aerodinâmica, aí, sim, pode ser fatal.
No Brasil, deixar cair objetos de janelas é uma contravenção penal, que pode ser punida com multa e prisão.
Não, não, não e não! Não pode ficar tomando antibiótico pra qualquer resfriado! Antibióticos, por definição, matam bactérias – e os vírus não têm absolutamente nada a ver com isso! O resultado de um mau uso desse tipo de remédios pode ser catastrófico. Na verdade, já está sendo. Se não tomado direito, as bactérias vão desenvolvendo resistência aos antibióticos. Daí o surgimento das superbactérias que temos visto recentemente. Doença viral se trata com antiviral, um tipo de medicamento que também deve ser prescrito por médico.
“Memória de peixe” não poderá mais ser usada como sinônimo de memória ruim ou fraca. Na verdade, até os peixinhos dourados – que levam a maior fama por serem esquecidos – têm memórias que chegam a durar meses!
É essa capacidade de lembrar das coisas, aliás, a responsável por eles não serem extintos. Os peixes armazenam o conhecimento adquirido e evitam de cair nas mesmas armadilhas de predadores.
Tem gente que consegue, tem gente que não. Mas uma pesquisa de 1940 demonstrou que a genética tem coisas maiores para se preocupar do que com o canudinho da sua língua.
Na pesquisa, algumas crianças conseguiram aprender a fazer o canudinho. Onze anos depois, um grupo de cientistas demonstrou que o número de crianças que conseguiam enrolar a língua havia crescido 20% nas crianças em idade escolar com idades entre 6 e 12 anos. Se esse número cresceu, então a habilidade não pode ser puramente genética.
Eles são fofos e muito carismáticos, mas não estão entre os mais inteligentes da Arca de Noé. Os cientistas passaram vários anos procurando uma linguagem verdadeira dos golfinhos (um dos sinais que demonstra inteligência em seres vivos), mas nunca encontraram. Além disso, testes de inteligência com animais colocaram cães, orangotangos, ratos e até pombos na frente desses mamíferos do mar.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.