Nos últimos anos, o mercado de vinhos no Brasil tem experimentado uma transformação significativa. O aumento do consumo médio per capita — que saiu de 1,8 litro em 2019 para os atuais 2,7 litros — levou a um curioso fenômeno: a popularização dos wine bars. Esse crescimento tem desempenhado um papel central na educação sobre o vinho, além de elevar a procura dos consumidores por rótulos de uma gama mais alta e de melhor qualidade.
Quando comecei minha jornada no mercado de vinhos, em 2017, percebi uma lacuna significativa: a dificuldade que o consumidor comum enfrentava para acessar informações de qualidade e desenvolver seu paladar, e eu também enfrentava essa dificuldade. Naquela época, conhecer diferentes rótulos e regiões produtoras exigia um investimento substancial em tempo e dinheiro. Muitas vezes, a única opção era comprar garrafas inteiras sem saber ao certo se o vinho agradaria, ou participar de cursos e eventos esporádicos, nem sempre acessíveis a todos.
A criação dos wine bars veio como uma solução inovadora para democratizar o consumo de vinho e educar os consumidores de maneira acessível e prazerosa. Em alguns, é possível ter acesso a mais de 100 opções de vinhos em taça, permitindo explorar uma vasta gama de rótulos sem a necessidade de adquirir garrafas inteiras. Nos wine bars, é possível degustar a mesma variedade de vinhos em uma única noite, gastando uma fração do valor. Quando tornamos a experiência mais acessível e atrativa, incentivamos mais pessoas a explorar e aprender sobre vinhos, e a barreira que existia havia anos simplesmente desaparece.
Hoje, é comum encontrar menus que sugerem harmonizações específicas para cada prato, permitindo que os clientes combinem diferentes vinhos com suas refeições e elevem a experiência gastronômica. Em uma só refeição, você pode começar com uma taça de espumante, seguir com uma entrada acompanhada de um vinho branco, degustar um petisco com uma taça de rosé, saborear o prato principal com um vinho tinto e finalizar com a sobremesa acompanhada de um vinho do Porto ou um vinho de sobremesa. Essas combinações não apenas realçam os sabores mas também ensinam o cliente sobre a arte da harmonização.
Muitos wine bars ficam dentro de importadoras e lojas de vinho, o que também facilita a compra. Os estabelecimentos organizam, ainda, cursos e degustações que ajudam na venda de rótulos mais caros, um mercado que é sempre resiliente a crises. No final, o grande poder dos wine bars está em sua capacidade de educar e encantar, transformando a experiência do consumidor e contribuindo para o crescimento e a democratização do mercado de vinhos no país. Fica o convite para entrar em um wine bar e experimentar um ótimo vinho em taça.
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Rafa Costa e Silva: depois de passagem por restaurantes europeus premiados, está no comando do Lasai, o primeiro colocado neste ranking da Casual Exame.
(1º lugar - Lasai (RJ). Apenas dez pessoas por noite têm o privilégio de provar um menu degustação de alta gastronomia (1.150 reais, sem bebida e sem serviço) com o que há de mais fresco no dia.)
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Os chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do Origem: pesquisa sobre o povo brasileiro para desenvolver o cardápio
(2º lugar - Origem (Salvador). Os chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do Origem: pesquisa sobre o povo brasileiro para desenvolver o cardápio.)
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Prato da Casa do Porco, em São Paulo: apesar do cardápio com base em carne suína, existe a opção de menu vegetariano
(3º lugar - A Casa do Porco (SP). Prato da Casa do Porco, em São Paulo: apesar do cardápio com base em carne suína, existe a opção de menu vegetariano)
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Experiência no Oteque: apenas para 30 pessoas por vez
(4º lugar - Oteque (RJ). A experiência no duas estrelas Michelin custa 945 reais e há a opção de acrescentar a harmonização com os pratos por mais 795 reais.)
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(5º lugar - Maní (SP). Além dos pratos à la carte, o restaurante tem o superautoral menu degustação (680 reais, sem harmonização) e o menu de três cursos, servido também no jantar por 280 reais, com entrada, prato principal e uma sobremesa, além de um belisquete.)
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6/10
Prato do Nelita: trajetória de sucesso em apenas três anos
(6º lugar - Nelita (SP). A degustação (590 reais), de 11 etapas, é servida apenas no balcão, no jantar, de terça-feira a sábado, e todos os pratos da sequência podem ser pedidos à la carte.)
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7/10
Os chefs Kafe e Dante BassI, ela alemã, ele baiano: trabalho em parceria no D.O.M antes de abrirem o próprio restaurante
(7º lugar - Manga (Salvador). Os chefs Kafe e Dante BassI, ela alemã, ele baiano: trabalho em parceria no D.O.M antes de abrirem o próprio restaurante.)
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8/10
Luis Filipe Souza, do Evvai: uma estrela pelo Guia Michelin
(8º lugar - Evvai (SP). A sequência de 11 tempos do menu degustação (799 reais, sem harmonização) propõe uma viagem sensorial pelas texturas e contrastes em pratos como a salada de abóbora, o linguini de pupunha e lula “alle vôngole”, que revisita a clássica pasta fredda italiana, e no macio sorvete de cogumelos de Santa Catarina servido com caldo aveludado e quente de galinha d’Angola.)
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9/10
Prato do Fame Osteria: speakeasy à la italiana
(9º lugar - Fame Osteria (SP). O chef Marco Renzetti serve apenas menu degustação de 11 etapas (640 reais), que muda diariamente, com poucas repetições.)
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10/10
Manu Buffara, do Manu: primeiro restaurante do Brasil comandado por uma mulher a servir apenas menu degustação
(10º lugar - Manu (Curitiba). Desde 2011 Manu Buffara comanda o Manu, em Curitiba, o primeiro restaurante do Brasil comandado por uma chef mulher a servir apenas menu degustação — custa 720 reais, sem harmonização.)