HARVEY WEINSTEIN: após as denúncias de assédio, poderoso homem da indústria do cinema foi demitido sumariamente de sua produtora (Alexander Koerner/Getty Images)
EFE
Publicado em 24 de outubro de 2017 às 09h48.
Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 09h48.
Londres - Uma ex-assistente do produtor Harvey Weinstein, denunciado por diversas atrizes de ter cometido assédio sexual, revelou que cobrou mais de 140 mil euros pelo seu silêncio, após ter sido também vítima do americano, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pelo "Financial Times".
A britânica Zelda Perkins contou ao jornal que em 1998, após denunciar o assédio do produtor, de 65 anos, ela foi forçada a assinar um acordo de confidencialidade para evitar que o caso fosse divulgado.
Zelda disse que durante esse tempo, Weinstein costumava pedir que ela fizesse massagens quando ele estava apenas com roupas íntimas e estavam sozinhos em quartos de hotéis, e que quando tinha que acordá-lo, com frequência tentava arrastá-la para sua cama a força.
A ex-assistente de produção, que se decidiu denunciar o comportamento do produtor depois que outra colega também revelou que sofria o mesmo assédio, lembrou que a fez "sentir vergonha por revelar esse comportamento" de Weinstein.
As duas mulheres denunciaram seus casos e foram compensadas com a soma conjunta, para distribuir em partes iguais, de 250 mil libras, além de obrigá-las de assinar o tal acordo de confidencialidade onde eram proibidas de falar das acusações.
"Quero romper publicamente o meu acordo de confidencialidade", disse ao jornal britânico, com o argumento que "a menos que alguém faça isto, não haverá um debate sobre quão ultrajantes são estes acordos e a quantidade de sofrimento que as vítimas atravessam".
Ao quebrar a cláusula, Zelda Perkins poderia ter de devolver o valor recebido e, potencialmente, custear os custos legais estipulados no contrato, segundo diz o "FT".