Companhia aérea recuperará o título de voo comercial mais longo do mundo, com uma rota ligeiramente maior do a de Doha-Auckland da Qatar Airways (Singapore Airlines/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 14h35.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 17h11.
Os voos de longa distância que dão meia-volta no planeta estão voltando, mesmo com os preços do petróleo próximos do valor mais alto em quatro anos.
Cerca de seis meses depois que a Qantas Airways iniciou um serviço direto de Perth a Londres, a Singapore Airlines voltará a oferecer seu trecho de 16.750 quilômetros para Nova York a partir desta quinta-feira (11) e recuperará o título de voo comercial mais longo do mundo, com uma rota ligeiramente maior do a de Doha-Auckland da Qatar Airways.
Os avanços tecnológicos e a chegada de aviões que consomem menos e carregam mais combustível estão ajudando a viabilizar novamente a rota de Cingapura, com uma duração de 18 horas e 45 minutos, cinco anos depois de o barril de petróleo a US$ 100 ter contribuído para que o voo fosse eliminado.
No mês passado, a Singapore Airlines recebeu a primeira das sete aeronaves A350-900 Ultra Long Range que usará nessa rota e nos voos diretos para Los Angeles a partir de novembro. A Qantas pediu à Boeing e à Airbus que projetem aviões com maior autonomia de voo ainda -- de Sidney a Londres ou a Nova York.
Para aqueles que tremem só de pensar em ficar fechados quase 19 horas em um tubo de 67 metros a 10.00 metros de altitude, isto é o que se pode esperar do voo do Aeroporto Changi ao Newark Liberty International:
Esqueça a “lata de sardinha”. O avião da Airbus que fará essa rota transporta no máximo 161 passageiros, em comparação com 253 nos aviões A350-900 atuais da companhia aérea. Isso significa mais espaço, com 67 assentos totalmente reclináveis em uma distribuição 1-2-1 na classe executiva e 94 lugares na classe econômica premium, a maior parte com uma disposição 2-4-2 na parte de trás.
Embora os assentos da classe econômica premium ofereçam uma reclinação de 20 centímetros, o espaçamento -- a distância entre o seu assento e o da frente -- é a medida padrão de 96 centímetros, 10 centímetros a menos que em alguns voos de longa distância da Japan Airlines.
A Singapore Airlines diz que nas rotas superlongas servirá refeições que tentarão compensar o efeito de ficar preso em um assento durante um dia.
O “Cardápio de Bem-Estar” da empresa aérea oferece ceviche de camarão, frango orgânico e pappardelle com abobrinha. Uma parceria com a Canyon Ranch proporciona “recomendações e estratégias científicas para melhorar o sono, opções de refeições equilibradas e exercícios para melhorar a circulação”.
Para o passageiro viciado em internet preocupado em ficar incomunicável quase um dia inteiro, o voo oferece Wi-Fi pago. Uma passagem de classe executiva recebe 30 megabytes de dados grátis. Um adicional de 20MB, o suficiente para passar uma hora no Facebook, custa US$ 6 e pacotes maiores oferecem até 200MB por US$ 28. A Singapore Air diz que a velocidade dos dados pode ser de 4 a 8 Mbps, dependendo dos usuários ativos, da cobertura por satélite e das condições meteorológicas.