Eletroposto: Volvo quer ampliar rede. (Volvo/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 3 de julho de 2024 às 15h02.
Em 2017, a Volvo instalou o primeiro eletroposto no Brasil como parte de sua estratégia global de eletrificação da frota. Em quatro anos, o número de pontos de recarga chegou a 1.000. Desde 2022, a empresa ampliou ainda mais a oferta de eletropostos, agora de recarga rápida, alcançando atualmente 52 locais, com uma meta de 101 em rodovias, totalizando um investimento de R$ 70 milhões.
Um dos grandes diferenciais da Volvo em relação a outras montadoras é que nunca cobrou pela recarga de carros elétricos de outras marcas, o que beneficiou a chegada de muitas montadoras chinesas. Dados da Volvo mostram que 47% das recargas feitas em seus eletropostos são de carros da BYD, seguidos pela própria Volvo, com 24%, e carros da GWM, com 13%.
Com uma mudança de posicionamento da Volvo anunciado nesta quarta-feira, 3, pode-se dizer que a festa acabou. A partir do dia 10 de julho, as recargas de outras marcas em seus eletropostos serão cobradas. "Estamos convidando todos para um grande pacto para que o consumidor decida pelo carro elétrico. Hoje, o principal gargalo são os pontos de recarga," enfatiza Marcelo Godoy, CEO da Volvo Car Brasil.
A Volvo deixa claro que a recarga para clientes da marca continuará gratuita. A cobrança será feita em todos os eletropostos conectados à rede. A maior parte já está conectada, e haverá um esforço para que todos os 1.000 postos estejam monitorados, sejam nas cidades ou nas estradas.
No recorte feito apenas em rodovias, são 19 mil quilômetros e 37 rotas conectadas. No último ano, 40 mil recargas foram realizadas, correspondendo a 1 milhão kWh consumidos. Todos estes dados corroboram a nova decisão, segundo a montadora. O dinheiro obtido com as recargas será revertido para a construção e melhoria de mais pontos.
Marcelo Godoy avalia que a Volvo fez bastante pelo setor e cobra uma melhor união com outras empresas para que haja uma melhor infraestrutura de recarga no Brasil.
“Nosso objetivo é oferecer um futuro melhor para a mobilidade elétrica no Brasil. Ouvi de muitos concessionários da BYD, por exemplo, que podiam vender um carro elétrico porque havia eletropostos da Volvo. Isso é ótimo para nós, mas precisamos de mais investimentos da iniciativa privada", defende.
A estratégia do executivo é propor um debate mais amplo, com diversos setores. Parte dessa abordagem passa por estar cada vez mais presente nas rodas de conversa do setor, seja na Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), onde a Volvo tem um papel mais atuante, ou na Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).